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    Crise da água

    Cantareira recebe aval para seguir com 'torneira' aberta

    FABRÍCIO LOBEL
    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    24/10/2015 02h00

    A ANA (Agência Nacional de Águas) autorizou o governo de São Paulo a manter a "torneira" do sistema Cantareira aberta em novembro.

    Uma determinação de órgãos reguladores previa para o próximo mês a redução da retirada de água do manancial dos atuais 13,5 mil litros de água por segundo para apenas 10 mil litros/segundo.

    Após as chuvas de setembro, acima da média histórica para o mês, a Sabesp (estatal de água) recorreu para que o volume retirado fosse mantido em novembro, o que agora foi aceito pela ANA.

    Definida em maio e agora revogada, a proposta inicial de reduzir a retirada tinha como justificativa ampliar o armazenamento de água no Cantareira, em situação crítica desde o ano passado.

    Antes da crise, o Cantareira retirava 32 mil litros de água por segundo e abastecia 9 milhões de pessoas. Hoje, atende por volta de 5 milhões, com "produção" de 13,5 mil litros/segundo.

    Nesta sexta (23), as represas do sistema estavam com 12,2% de sua capacidade –atualmente, o Cantareira só consegue operar com a ajuda de bombas que retiram água do fundo das represas, o chamado volume morto.

    Infográfico: Retirada de água do Cantareira

    Ter a permissão para usar mais água do Cantareira é fundamental para os planos da Sabesp de não endurecer o racionamento de água em vigor na Grande São Paulo.

    Milhares de pessoas são vítimas diárias da entrega controlada de água. Em diferentes bairros da capital, famílias ficam com as torneiras secas entre 15 e 20 horas por dia.

    Essa "água extra" do Cantareira será essencial para a resolução de um outro problema. Parte do reforço no abastecimento, que hoje sai do sistema Alto Tietê, poderá diminuir nos próximos meses, caso não chova o suficiente.

    O manancial está em situação grave, com apenas 13,9% da sua capacidade. Há um mês, o índice era de 15,3%.

    FUTURO INCERTO

    A quantidade de água que pode ser retirada do Cantareira pela Sabesp está sendo definida mês a mês pela ANA, em conjunto com o DAEE, órgão regulador paulista.

    Por isso, ainda não se sabe qual será o limite de retirada de água a partir de dezembro.

    A expectativa dos órgãos reguladores é que chova bastante durante o período do verão, o que, em tese, ajudaria a abrir mais as torneiras do Cantareira para a região metropolitana de São Paulo.

    Se essa retirada dos 13,5 mil litros por segundo em novembro continuar esvaziando as represas, ou pelo menos fazendo com que elas não acumulem mais água, é provável que o limite, até o fim deste ano, seja reduzido de novo.

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