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    Crise da água

    Para 48%, Alckmin faz gestão ruim ou péssima da crise hídrica em SP

    EDUARDO GERAQUE
    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    04/11/2015 02h00

    Na opinião de metade dos paulistanos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem feito uma gestão ruim ou péssima da grave crise hídrica que atinge o Estado desde o início do ano passado.

    Segundo pesquisa Datafolha realizada na semana passada, 48% dos moradores da capital reprovam a forma como o tucano tem lidado com a seca nos reservatórios e a falta de água nas residências.

    A atual reprovação à gestão da crise, no momento em que a cidade enfrenta um forte racionamento de água, representa uma piora de dez pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, realizado em agosto de 2014.

    Naquela ocasião, a crise já se agravava, mas era minimizada pelo governador, então candidato à reeleição.

    No intervalo entre as duas pesquisas, o índice de paulistanos que consideram a gestão da crise como regular oscilou de 38% para 35% e o dos que a consideram ótima ou boa passou de 21% para 15%.

    A pesquisa, realizada quarta (28) e quinta-feira (29), tem margem de erro de três pontos percentuais, tanto para mais como para menos.

    Infográfico: Datafolha da crise hídrica

    Em setembro deste ano, Alckmin foi premiado pelo Congresso por suas ações na atual crise hídrica. À época, ele considerou a condecoração "merecida".

    Quem não acha merecido o prêmio é Fábio Ferreira da Mota, 36, morador da Vila Santista, na zona norte. "Para nós, é uma farsa. Na campanha, ele disse que não ficaríamos sem água", afirma ele, em referência a uma declaração do tucano em debate na TV.

    Assim como milhares de pessoas em São Paulo, Mota sofre com a entrega controlada de água há um ano e meio. Residências de diversas regiões passam horas por dia com a torneira seca –em alguns casos, de 15 a 20 horas.

    O governo evita a palavra "racionamento" e trata a medida como "redução da pressão nos encanamentos" –que empurra menos água pelos canos e, assim, reduz desperdício com vazamento.

    Na prática, porém, moradores de bairros mais altos e distantes dos reservatórios, principalmente, recebem menos água em suas casas.

    A falta de transparência na crise hídrica também foi abordada na pesquisa Datafolha.

    O governo Alckmin tem fornecido apenas as informações sobre a crise que interessam a ele, segundo a avaliação de 84% dos paulistanos (eram 71% no passado). E só 12% dos moradores (eram 23%) acreditam na total transparência do governo sobre esse tema.

    Entre os mais desconfiados estão os jovens de 16 a 24 anos, aqueles que têm diploma universitário e os que ganham mais de 10 salários mínimos.

    Quando questionados sobre a confiança na Sabesp, empresa responsável pelo fornecimento de água, os entrevistados deram uma nota média de 5,1, em uma escala que vai de zero a dez.

    A nota cai para 4,5 entre os mais instruídos (com curso superior completo).

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