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    Diretor do metrô de Londres aprova espaço das estações em SP

    RODRIGO RUSSO
    DE SÃO PAULO

    05/11/2015 12h28

    Edilson Dantas/Folhapress
    George McInulty, diretor de programas de infraestrutura do metrô de Londres
    George McInulty, diretor de programas de infraestrutura do metrô de Londres

    Diretor de programas de infraestrutura do metrô londrino, conhecido pela regularidade e qualidade, o britânico George McInulty gostou do que viu –e usou— no transporte público paulistano, e elogiou a ampla largura das plataformas de embarque.

    "O metrô de Londres, por sua natureza, é estreito. E quando você constrói metrô, você precisa construí-lo grande, porque ele sempre será mais movimentado do que você prevê. Minha experiência é que a demanda sempre supera a oferta", disse McInulty em entrevista exclusiva à Folha.

    Para McInulty, São Paulo deveria investir mais no sistema sobre trilhos. "Aqui há somente três linhas, e a cidade é enorme. O que percebemos em Londres é que, uma vez que você constrói transporte, isso leva a crescimento econômico. Transporte público traz crescimento, e é por isso que em São Paulo essa seria uma decisão fantástica a se tomar."

    O diretor do metrô londrino está em São Paulo para participar da 18ª edição da NT Expo (Negócios nos Trilhos), em que o Reino Unido é o país homenageado. Na tarde desta quinta-feira (5), McInulty proferirá palestra sobre o programa de investimentos que coordena.

    Outro aspecto positivo que McInulty observou em sua experiência com o metrô paulistano foi a boa sinalização. "Achei que foi brilhante, muito eficiente, a sinalização era boa, foi fácil achar meu caminho, e cheguei ao meu hotel mais rápido do que em um táxi –e de forma muito mais barata", disse.

    "É um ótimo sistema. Vou a metrôs em todo o mundo. O teste-chave, para mim, é a conectividade de um sistema de transporte ao aeroporto, porque é isso que um visitante vivencia. Tomei um ônibus de Guarulhos até a estação Tatuapé, que é muito movimentada, paguei meus R$ 3,50 para o bilhete do metrô e embarquei facilmente", completou McInulty.

    ESTACIONAMENTOS

    Uma das coisas que impressionou o britânico em sua passagem por São Paulo foi a grande quantidade de estacionamentos espalhados pela cidade.

    "Estacionamentos parecem ser um grande negócio. Em todo lugar que se vai há algo sobre quanto custa parar o carro, onde é possível fazê-lo. E tudo o que isso diz para mim é que não há transporte público suficiente, e não há ênfase nisso", ponderou McInulty.

    Na opinião do diretor, é fundamental se colocar na posição de usuário do transporte público na hora de tomar decisões. Um exemplo disso é a nova política de pagamentos vigente no sistema de Londres, que aceita cartões de crédito com tecnologia "contactless" nas catracas.

    "Nós dizemos: por que nossos passageiros precisam converter suas moedas para a nossa ao comprar um bilhete? Precisamos fazer o sistema tão fácil quanto possível, com acessibilidade nas estações, e oferecer o máximo de informação possível ao público sobre o serviço. Isso é colocar o poder na mão dos consumidores", afirmou.

    Sobre a decisão do governo do Estado de investir em monotrilhos, McInulty crê que São Paulo estará na vanguarda da nova geração dessa tecnologia se cumprir o que promete.

    "Um trem carregando 360 passageiros a cada 80 ou 90 segundos é difícil de conseguir em um sistema de metrô, e fica a dúvida sobre se isso será possível com monotrilhos. Eu espero que sim."

    O metrô de Londres tem 11 linhas espalhadas por mais de 400 km. Em São Paulo, o sistema tem cinco linhas, e extensão total de 79 km.

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