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    Clínica popular oferece consultas médicas rápidas no Metrô de SP

    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    08/11/2015 02h00

    O Metrô de São Paulo fechou parceria com uma rede de clínicas expressas que oferecerá consultas médicas a R$ 89. O modelo é importado dos EUA e se baseia em unidades enxutas, com apenas clínicos-gerais e técnicos de enfermagem.

    A primeira unidade foi inaugurada nesta sexta (6) na estação Santana, linha 1-azul –uma das mais movimentadas, com 1,4 milhão de pessoas circulando por dia.

    Outras duas clínicas devem ser abertas no início do ano nas estações Sé (centro) e Brás (zona leste).

    As consultas não precisam ser agendadas. A proposta é atender apenas casos "simples", como dor de garganta, dor de ouvido, sinusite, conjuntivite, gripes e diarreias.

    Karime Xavier/Folhapress
    Clínica popular de atendimento no metrô de São Paulo
    Clínica popular de atendimento no metrô de São Paulo

    "São condições mais básicas. Não pretendemos ser o médico de referência nem atender pacientes crônicos. São pessoas que precisam de atendimento médico rápido, acessível e sem filas", diz Guilherme Berardo, fundador da rede de clínicas Dr. Agora.

    Antes da consulta, o técnico de enfermagem faz uma triagem dos pacientes para verificar se podem ser tratados ali, ou se precisam ser encaminhados ao pronto-socorro, por exemplo. "Não vamos atender um braço quebrado ou uma pneumonia", diz.

    Segundo ele, a ideia é atingir tanto pacientes que não têm plano de saúde e não querem esperar por uma consulta no SUS quanto aqueles com plano, mas que acham mais conveniente uma consulta não agendada que pode ser feita a caminho do trabalho ou de casa.

    Em São Paulo, há ao menos três empresas atuando em clínicas populares expressas. O modelo é criticado, entre outras coisas, por não se "responsabilizar" pelo cuidado do doente após a consulta. Ou seja, se ele precisar de exames, de especialistas ou de uma internação terá que pagar ou ir para o SUS, caso não tenha plano de saúde.

    Para Berardo, existe um gargalo no atendimento a queixas de baixa complexidade. Casos não urgentes, explica, são responsáveis pelo aumento dos atendimentos nos prontos-socorros de hospitais gerais de São Paulo.

    Ele diz que profissionais devem encaminhar casos que precisem de um atendimento mais complexo.

    NOVOS NEGÓCIOS

    A abertura de clínicas médicas faz parte de um projeto da área de negócios do Metrô, que pretende diversificar o uso de espaços comerciais de suas linhas, hoje voltado a alimentação e vestuário.

    Segundo Raquel Verdenacci, gerente de negócios do Metrô, entre os novos modelos estudados estão academias, esmalterias, salões de cabeleireiro e lavanderias. Hoje,há 430 espaços ocupados e pelo menos 80 disponíveis.

    Em 2014, o Metrô captou mais de R$ 155 milhões com esse tipo de receita, que são investidos na manutenção e em melhorias do sistema.

    Raquel afirma que a intenção é aproveitar o fluxo natural de pessoas que transitam nas estações e não atrair novos consumidores. "A maioria dos nossos usuários faz o trajeto cinco vezes por semana. Eles podem usar esses serviços sem alterar a rotina."

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