• Cotidiano

    Saturday, 18-May-2024 04:28:44 -03

    Rio de Janeiro

    Após fechar túnel, carreata de taxistas vai até sede do governo do Rio

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    11/11/2015 13h35

    Taxistas de diferentes pontos do Rio fecharam por volta das 12h30 desta quarta-feira (11) o túnel Santa Bárbara, uma das vias que liga o centro à zona sul da cidade.

    Os líderes do movimento pretendem encontrar com representantes do governo do Rio e pedir apoio do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para derrubar a decisão judicial que liberou a atuação do aplicativo Uber no Estado.

    De acordo com os taxistas, cerca de 3.000 taxistas estão a caminho do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. A Guarda Municipal e a Polícia Militar estimam que 600 táxis participam da carreata. Parte deles já chegou à sede do governo.

    No dia 3 de novembro, a desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio negou recurso da prefeitura contra o Uber e autorizou a atuação do aplicativo.

    "Fomos recebidos na prefeitura e estamos vindo, sem violência, para uma reunião com o governo estadual. O Uber não é legal. Se não é legal, não pode continuar. Estamos brigando para derrubar a liminar. A gente nem sabe se esses carros [Uber] foram vistoriados", afirmou Ronaldo Branco, 51, há dez anos trabalhando como taxista.

    A partir de 5h30 da madrugada desta quarta (11), os taxistas começaram a se reunir em seis diferentes pontos da cidade do Rio. A partir das 7h, o grupo deixou os pontos de encontro e seguiu para uma reunião na Prefeitura do Rio. Trafegando em baixa velocidade, os manifestantes causaram engarrafamentos em diferentes pontos da cidade.

    O grupo que veio da zona sul causou um engarrafamento no Aterro do Flamengo e diante do Tribunal de Justiça do Rio até chegar à sede da prefeitura. No local, todos foram recebidos pelo subsecretário de Transportes do município, Lauro de Freitas.

    Ao sair da prefeitura, os manifestantes decidiram ir para o Palácio Guanabara. Uma comissão de 15 taxistas foi formada para a reunião com representantes do governo estadual. Durante o encontro, os taxistas permanecerão estacionados diante do palácio, na pista sentido zona sul.

    A orientação da prefeitura do Rio é que as pessoas que queiram ir para os bairros de Botafogo, Copacabana e outros da região devem utilizar o túnel Rebouças ou seguir pela orla do Rio.

    "A gente não quer baderna. Ao aceitar o Uber não se aceita só um aplicativo pirata. Aceita-se a ilegalidade em todo sistema que agora envolve até o Judiciário permitindo a atuação deste grupo. Como um carro de passeio faz o transporte sem legalizar. Isso não é apenas contra o táxis. É contra a população", diz Jaílson Lopes, 43, há uma década como taxista.

    Em alguns pontos da carreata, houve taxistas que atiraram ovos nos colegas que não aderiram ao movimento e outros até abordaram motoristas que trabalham com o aplicativo.

    "Preferi não participar porque vi alguns colegas com os ânimos muito exaltados. Sou contra qualquer violência. Mas entendo tudo isso. Essa situação revolta a todos que trabalham nos táxis. O Uber não tem CNPJ no Brasil. Como a Justiça apoia um serviço ilegal? Ou a prefeitura libera a bagunça, porque isso é uma bagunça, para todo mundo ou vamos manter a lei", afirma o taxista Wagner Rocha, 39, há 11 trabalhando com táxis.

    O Uber informou que não comentaria a manifestação dos taxistas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024