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    tragédia no rio doce

    Ibama aplicará multas milionárias a mineradora por danos ambientais

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    11/11/2015 22h12

    O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) decidiu aplicar multas milionárias à mineradora Samarco, responsabilizada pelo rompimento das duas barragens na região de Mariana, em Minas Gerais.

    Segundo a Folha apurou, o órgão federal ainda discute o valor total da punição pelos danos ambientais, mas ele trabalha com um montante que deve ultrapassar R$ 50 milhões.

    A lama pelo rompimento das barreiras avançou um raio de mais de 100 km e deixou de prontidão 15 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, que são abastecidas pela bacia do Rio Doce.

    Há risco de enchente e de desabastecimento de água, segundo a avaliação do Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, que teme um impacto de grandes proporções.

    Algumas cidades já cogitam a suspensão do fornecimento de água assim que a lama atingir rios e córregos. O "tsunami de lama" destruiu a vila de Bento Rodrigues e atingiu outros cinco subdistritos: Águas Claras, Paracatu, Pedras, Fonte do Gama e Camargos.

    A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, antecipou na manhã desta quarta-feira (11) que o governo federal estuda maneiras de aplicar multas à mineradora. Até o momento, o desastre deixou 6 mortos e 21 desaparecidos.

    "Se couber a aplicação de multa por parte do órgão federal, nós aplicaremos e seremos rígidos. Vai ter punição, tem de ter a penalização brasileira restaurar ambientalmente, terá de fazer, mas teremos de entender todo o processo e não tive as informações ainda do licenciamento ambiental", afirmou.

    Ela também ressaltou que o acidente foi uma "catástrofe ambiental" e que o governo federal deve avaliar a possibilidade de endurecimento na legislação e fiscalização para que novos desastres como este não ocorram.

    "Nós temos de avaliar não só a questão da remediações, mas também o caráter preventivo, se a legislação que está posta é suficiente ou não para fazermos esses. Minas Gerais tem sido objeto de acidentes nos últimos anos de barragens. E com o detalhe importante que esse acidente não está associado a chuvas", concluiu.

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