• Cotidiano

    Sunday, 05-May-2024 00:47:15 -03

    Casos de microcefalia em bebês atingem ao menos seis Estados

    NATÁLIA CANCIAN
    ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE

    14/11/2015 02h00

    Ao menos seis Estados já informam aumento inesperado no número de recém-nascidos com microcefalia, malformação do crânio que pode levar a sequelas graves no desenvolvimento da criança.

    Outros têm reforçado os alertas para que médicos e hospitais redobrem a atenção para diagnósticos. Além de Pernambuco, Estado que concentra a maioria das ocorrências, com mais de 141 notificações, há registros no Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Piauí, de acordo com secretarias de Saúde.

    Também há casos em investigação no Ceará, afirma o Ministério da Saúde.

    Juntos, esses Estados concentram ao menos 240 casos confirmados de microcefalia.

    Na quarta (11), o país decretou emergência nacional de saúde pública devido ao crescimento nos casos identificados da anomalia, considerada rara. O bebê diagnosticado com microcefalia nasce com o perímetro da cabeça igual ou abaixo de 33 cm –a média é de 35 cm a 37 cm.

    "O crânio fica menor porque o cérebro não cresceu", diz Mônica Coentro, coordenadora de pediatria do Imip (Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira), um dos hospitais de referência no acompanhamento em PE.

    Infográfico: Entenda a microcefalia

    Segundo ela, possíveis limitações à criança vão depender da gravidade de cada caso. "Vamos ter que acompanhar para ver se haverá deficit, e quais vão apresentar. Podem ter deficiência visual, ou auditiva, motora e cognitiva."

    Os motivos que levam à malformação, porém, ainda não foram identificados.

    Parte das mulheres que deram à luz aos bebês com microcefalia no Nordeste informou ter tido manchas vermelhas no corpo durante a gestação, um dos sintomas relacionados a vírus como o da zika, doença transmitida pelo mesmo vetor da dengue e já identificada em 14 Estados.

    O ministério estuda enviar amostras coletadas em exames para o exterior.

    O diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que mulheres no Nordeste devem adiar a gravidez para evitar casos de microcefalia.

    "Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", afirmou.

    Em nota, o ministério disse apenas que essas mulheres devem "conversar com a equipe de saúde de sua confiança" até que sejam esclarecidas as causas do aumento de microcefalia em Estados do Nordeste. "Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos."

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024