Um incêndio de grandes proporções atinge o Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia, há quatro dias. Seis aviões, três helicópteros e dezenas de bombeiros e voluntários se revezam para tentar apagar as chamas.

A situação, segundo o chefe-substituto do parque, Cesar Gonçalves, é "dramática". "É como se fosse um tsunami chegando: você até consegue segurá-lo em alguns pontos, mas não em todos. O fogo se alastra", disse o servidor do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação) à Folha.

Apesar do fogo, o parque, que recebe milhares de turistas por ano, está aberto à visitação, e nenhuma trilha foi fechada.

O maior foco do incêndio está na porção norte da área de conservação, entre as cidades de Palmeiras e Lençóis. O fogo se estende por um raio de cerca de 15 km e vem se alastrando facilmente devido às condições do tempo —que está seco, quente e com fortes ventos.

Casas vizinhas ao parque chegaram a ser atingidas pelas chamas, segundo Gonçalves, e alguns moradores foram retirados de suas casas.

O foco começou às margens da BR-242, que passa ao lado da área de preservação.

"Alguém botou fogo por algum motivo, mas é praticamente impossível apurar por que e quem são os responsáveis", diz Gonçalves. Segundo ele, dois incendiários chegaram a ser detidos na região no mês passado, mas não se sabe se o fogo, desta vez, foi intencional.

O governo da Bahia, que já enviou quatro aviões e dois helicópteros à área, além de dezenas de bombeiros, pediu ajuda ao Exército. Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira devem ser enviadas ao parque nesta semana, além de 21 militares e três carros-pipa.

"A situação é muito crítica e ainda não está controlada", declarou o governador Rui Costa (PT). Segundo o governo, porém, o número de focos de incêndio foi reduzido com os trabalhos deste fim de semana.