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    Rio de Janeiro

    No Rio, 300 manifestantes sujam de lama fachada da Vale

    RONALD LINCOLN JR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    16/11/2015 19h21

    Ricardo Borges/Folhapress
    Manifestantes jogam lama na fachada da Vale, no centro do Rio, durante protesto nesta segunda (16)
    Manifestantes jogam lama na fachada da Vale, no centro do Rio, durante protesto nesta segunda (16)

    Manifestantes sujaram de lama a fachada da sede da mineradora Vale, no centro do Rio, durante um protesto realizado na tarde desta segunda-feira (16).

    O ato foi prestado em solidariedade às vítimas da tragédia ambiental ocorrida em Mariana (MG) após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP.

    Cerca de 60 bilhões de litros de lama, com rejeitos de mineração, foram despejados ao longo de 500 km, devastando comunidades e deixando um rastro de poluição na bacia do rio Doce., Ao menos 7 pessoas morreram e outros 12 ainda estão desaparecidos.

    Aproximadamente 300 manifestantes participaram do ato. Eles exibiram cartazes com críticas à Vale e gritaram palavras de ordem.

    Ricardo Borges/Folhapress
    Manifestantes jogam lama na fachada da Vale, no centro do Rio
    Manifestantes deixam mensagem em referência ao rio Doce, afetado pela lama de Mariana (MG)

    Alguns dos ativistas levaram galões com lama e despejaram na fachada da portaria do prédio, que teve de encerrar as atividades. Os funcionários foram obrigados a deixar o local por uma porta nos fundos.

    Um grupo de manifestantes, banhados de lama, realizou uma performance de dança representando o rio Doce, que sofreu graves danos em razão do desastre.

    "A Vale, junto com a BHP, deve reparar todo o prejuízo que provocou", afirmou o sociólogo Marcelo Castañeda, um dos organizadores do protesto. "Queremos pressionar [a Vale] para que ela declare que vai arcar com as despesas de todas as vítimas do desastre."

    Em nota, a Vale afirmou que "respeita e valoriza" o direito de manifestação, e que vai oferecer assistência às equipes envolvidas nas ações de resgates e às famílias afetadas. A empresa declarou ainda que vai atuar na recuperação do Rio Doce.

    A manifestação contou com integrantes de movimentos sociais, membros do Psol e do PV, além de simpatizantes.

    Na última quinta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff declarou que o Ibama vai punir a Samarco e suas controladoras com uma multa de R$ 250 milhões.

    Um dos manifestantes, o bancário Antenor Ferrari, no entanto, considera que só a multa não é suficiente. "Todos os contratos dos envolvidos precisam ser revistos. É possível que outros locais em breve virem novos alvos de devastação."

    No fim do protesto, uma equipe de reportagem da emissora GloboNews foi hostilizada pelos manifestantes. Mesmo com o apoio de dois seguranças particulares, os jornalistas preferiram deixar o local.

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