• Cotidiano

    Saturday, 04-May-2024 17:06:06 -03

    tragédia no rio doce

    Samarco descumpre prazo de ajuda a Mariana (MG) e será multada

    JOSÉ MARQUES
    DE BELO HORIZONTE

    27/11/2015 20h08

    A mineradora Samarco descumpriu o prazo estabelecido em acordo com os Ministérios Públicos estadual e federal para depositar R$ 500 milhões para um fundo destinado a ajudar as vítimas do rompimento de uma barragem em Mariana (MG).

    Nesta quinta (26), quando venceu o prazo, a Samarco havia depositado apenas parte do montante, R$ 208 milhões. Um dia depois, pediu aos promotores para adiar o pagamento do restante do valor para o dia 2 de dezembro, e terá de fazê-lo com o acréscimo de R$ 1,2 milhão de multa.

    O acordo feito entre os Ministérios Públicos e a mineradora, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, previa o pagamento total de R$ 1 bilhão, dividido em duas parcelas.

    A mineradora alega que um bloqueio judicial em sua conta, determinado pela Justiça de Mariana, impediu que o valor total fosse depositado.

    As pendências da empresa começaram na quarta (25), quando um juiz entendeu que a Samarco havia "sumido" com R$ 292 milhões de suas contas e impedido, assim, um bloqueio judicial que pedia a destinação de R$ 300 milhões para reparação de danos causados pelo rompimento da barragem. O magistrado afirmou que foram encontrados apenas R$ 8 milhões nas contas da mineradora.

    Clique na imagem e veja o especial "O caminho da lama"
    Clique na imagem e veja o especial "O caminho da lama"

    "Em outras palavras e em português claro: a requerida sumiu com o dinheiro, embora, em 31 de dezembro de 2014, tivesse em seu caixa mais de 2 bilhões de reais", disse o juiz em sua decisão.

    Por isso, o magistrado pediu o bloqueio de títulos de crédito da mineradora que estavam sob custódia do Banco Central.

    Já a Samarco diz que não sumiu com o dinheiro. A empresa afirmou, em nota, que a maior parte de seus clientes está fora do Brasil e que, de forma legal, recebe os recursos no exterior e depois os transfere para as contas locais. Ainda informa que, por causa do bloqueio do montante que nem sequer estava em sua conta, pediu a extensão do prazo.

    A empresa disse que "não oculta nem nunca ocultou qualquer recurso financeiro, tendo seus balanços periodicamente publicados e auditados por empresas independentes".

    O Ministério Público aceitou o adiamento, com a condicionante de que a multa seja paga.

    O fundo foi anunciado no dia 11 de novembro, seis dias depois do acidente, em entrevista conjunta dos presidentes da Samarco (Ricardo Vescovi), da Vale (Murilo Ferreira) e da BHP (Andrew Mackenzie).

    Infográfico: Dano ambiental

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024