O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (PT), decretou sigilo sobre a sindicância que tratava da atuação de funcionário que fez denúncias de irregularidades contra a SPTrans (São Paulo Transportes), subordinada à pasta que comanda.

A prefeitura alega que as denúncias eram falsas e, por isso, o servidor foi demitido sem justa causa. O Ministério Público, diz a prefeitura, também foi acionado e concluiu que as denúncias feitas pelo funcionário da SPTrans eram improcedentes.

A Folha revelou nesta sexta (27) que, contrariando revogação do segredo pelo prefeito Fernando Haddad (PT), Tatto manteve sigilo sobre o resultado da investigação relativa à SPTrans.

A empresa pública justificou o veto às informações como um meio de proteger o direito à intimidade e à privacidade do ex-servidor.

A reportagem não localizou o ex-funcionário nesta sexta. Em seu perfil do Facebook, porém, Lona Filho não demonstrou vontade de que o caso permanecesse no anonimato.

Em um post endereçado a um vereador de oposição, o ex-servidor reclamou da demissão e afirmou ter provas de que técnicos eram proibidos de fiscalizar e de que houve falsificação de documentos e desvio de material da SPTrans.

A gestão Haddad emitiu nota desautorizando o veto da SPTrans ao resultado das investigações. "A Prefeitura reitera que o prefeito Fernando Haddad já havia ordenado a revogação da classificação de sigilo dos documentos. A Comissão Municipal de Acesso a Informação (CMAI) referendou a ordem do prefeito e, portanto, as informações da sindicância são públicas", afirma o município em carta.

A prefeitura garantiu que a reportagem poderá ter acesso ao material na próxima semana.