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    mosquito aedes aegypti

    Sergipe decreta situação de emergência após surto de microcefalia

    JULIANA COISSI
    DE SÃO PAULO

    01/12/2015 18h29

    O governo de Sergipe decretou situação de emergência nesta terça-feira (1º) devido à suspeita de um surto de microcefalia, uma má-formação do cérebro que pode limitar o desenvolvimento da criança, em recém-nascidos. Há 78 casos suspeitos no Estado, com diagnóstico clínico indicando a doença, mas que ainda aguardam confirmação de exames complementares.

    O país registra surto de microcefalia em 14 Estados, com 1.248 casos suspeitos. No ano passado, houve 147 casos. O Ministério da Saúde relaciona o avanço da microcefalia com a infecção de gestantes pelo vírus zika. Assim como a dengue, o zika pode ser transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

    Em Sergipe, os 78 casos foram incluídos na lista de suspeitos depois que recém-nascidos foram avaliados nas maternidades. O principal exame clínico é a medição da circunferência da cabeça do bebê –se for menor do que 33 cm, pode se tratar de um caso de microcefalia.

    Um bebê morreu no domingo (29) com suspeita de microcefalia na maternidade Nossa Senhora de Lourdes, referência no Estado para gravidez de alto risco. A criança, porém, apresentava outras complicações, como baixo peso e má-formação de membros. O caso ainda será analisado para saber se tem relação com a microcefalia.

    Segundo o secretário da Saúde de Sergipe, José Macedo Sobral, a situação de emergência foi decretada para possibilitar o remanejamento de funcionários de outras pastas para focar o trabalho no controle de criadouros e no atendimento aos casos suspeitos.

    Infográfico: Entenda a microcefalia

    No país, a maioria dos casos suspeitos concentra-se no Nordeste –em Pernambuco, houve 646 notificações. "Temos uma situação nova, incomum. É uma doença que não tem fronteira, porque onde o calor chega, o mosquito chega", disse o secretário, referindo-se ao verão como principal período de proliferação do Aedes.

    Nesta terça, o Estado reuniu secretários de Saúde das prefeituras, representante do Ministério da Saúde e universidade para traçar um plano de ação contra a microcefalia.

    Entre as principais medidas está a observação mais atenta por parte dos médicos da dimensão do cérebro do feto durante o ultrassom no pré-natal. Antes do surto de microcefalia, diz o secretário, esse aspecto não estava entre as prioridades no exame.

    Também foi discutido qual será o fluxo de atendimento e por quais profissionais passarão os bebês que apresentarem as características da doença.

    A dengue, cujo vetor é o mesmo mosquito, também avançou em Sergipe neste ano. Foram registrados 7.499 casos suspeitos da doença até outubro, ante 2.024 no ano passado. Houve duas mortes por dengue neste ano e quatro em 2014.

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