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    tragédia no rio doce

    'Caí no chão, mas agora tenho uma missão', diz chefe da Vale sobre tragédia em MG

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    02/12/2015 12h29

    Mauro Pimentel-27.nov.2015/Folhapress
    O presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante coletiva de imprensa após o desastre de Mariana (MG)
    O presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante coletiva de imprensa após o desastre de Mariana (MG)

    O presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, disse ter se abalado com o rompimento da barragem em Mariana (MG), mas que, agora, quase um mês depois, encara a recuperação da bacia do rio Doce e das comunidades locais como uma "missão de vida".

    "A primeira reação foi de quase cair no chão com a situação, mas agora não. Acho que tenho uma missão na minha vida e essa missão vai ser cumprida", disse à Folha, em Nova York (EUA), onde esteve para evento corporativo na Bolsa de Valores, nesta terça-feira (1°).

    O rompimento da barragem da Samarco, empresa da qual a Vale é controladora em conjunto com a BHP, matou 11 pessoas. Há oito desaparecidos e um estrago ambiental dos mais graves do país.

    Montagem sobre foto de Avener Prado/Folhapress/Avener Prado/Folhapress
    Clique na imagem e veja o especial "O caminho da lama"
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    Católico praticante, Ferreira disse ter ficado "muito triste, atônito" quando teve notícia do desastre, ocorrido em 5 de novembro. Questionado se se sentia envergonhado, ele respondeu que o sentimento é de "completa impotência, de perplexidade, sei lá". "Hoje, o meu sentimento é o seguinte. Eu vou dobrar o meu comprometimento com esse assunto, entendeu?"

    À frente da Vale desde 2011, Ferreira afirmou ser "viciado" em medidas de segurança e considera ter conquistado avanços "contundentes" nesse aspecto. "Quem se esforçou tanto, durante quatro anos, fica muito perplexo, atônito, numa situação dessas. É muito triste, muito triste."

    Apesar de "lamentar", a mineradora se isenta de responsabilidade legal pelo desastre e diz que só poderá vir a arcar com custos de recuperação ambiental e social se ficar comprovada a impossibilidade de a Samarco fazê-lo.

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