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    Rio de Janeiro

    Comandante exonerado após morte de cinco jovens pode ser promovido

    DO RIO

    03/12/2015 14h24

    Exonerado na última segunda-feira (30) após policiais do batalhão que comandava matarem cinco jovens, o tenente-coronel Marcos Netto pode ser promovido. Ele está entre os primeiros da lista de promoção da Polícia Militar pelos quesitos de antiguidade e tempo de serviço.

    Segundo o jornal "Extra", também está no topo da lista pelo critério de merecimento. Cinco jovens foram assassinados com tiros de fuzil na madrugada de domingo (29) em Costa Barros, na zona norte do Rio.

    Quatro policiais militares do batalhão que era comandado por Netto estiveram envolvidos nas mortes. Eles foram presos em flagrante por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e fraude processual – isso porque, após metralharem o carro, os PMs teriam tentado forjar um cenário de auto de resistência (quando o policial alega ter atirado para se defender) no local das mortes.

    Bruna Fantti/Folhapress
    Carro em que estavam cinco jovens mortos em Costa Barros, zona norte do Rio, na noite de sábado (28). Quatro PMs foram presos
    Carro em que estavam os cinco jovens fuzilados em Costa Barros, na zona norte do Rio

    Netto também estava no comando do batalhão, em 29 de outubro deste ano, quando um sargento atirou contra dois ocupantes de uma moto. Na ocasião, o policial disse que confundiu um macaco hidráulico que um dos jovens segurava com uma arma e fez os disparos. O condutor perdeu o controle da moto e bateu em um muro. Thiago Guimarães Dingo 24, e Jorge Lucas Martins Paes, 17, morreram na hora.

    Em nota divulgada na segunda, a Polícia Militar informou que a exoneração foi consequência dos "últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando".

    O batalhão ocupa há três anos o topo do ranking de homicídios em supostos confrontos com a polícia. Entre janeiro e outubro deste ano, foram 67 vítimas nessas circunstâncias -um terço de todos os homicídios na área. A proporção está acima da média do Estado (13%) e da capital (21%).

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