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    tragédia no rio doce

    Vale diz que famílias desabrigadas por lama serão realocadas até o Natal

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    04/12/2015 18h10

    Em apresentação para investidores em Londres nesta sexta-feira (4), a Vale afirmou que todas as famílias desabrigadas após o acidente da Samarco em Mariana (MG) estarão em casas alugadas até o Natal. Hoje, parte das famílias está em hotéis.

    "Esperamos que até o Natal todas as pessoas estejam vivendo em casas permanentes, deixando os hotéis onde estão hoje", disse o diretor financeira da companhia, Luciano Siani. A Vale divide o controle da Samarco com a BHP Billinton.

    Segundo ele, esta semana 20 famílias já foram transferidas pela Samarco para casas alugadas. O executivo não informou, porém, quantas famílias ainda esperam novas residências.

    Os desabrigados estão recebendo da Samarco um salário mínimo mais 20% para cada dependente, além de uma cesta básica.

    Em audiência realizada em Mariana na terça (1), o Ministério Público determinou que a companhia apresente um plano de reconstrução dos vilarejos atingidos.

    "Estamos fazendo o máximo que podemos, mas a área onde as pessoas moravam não pode ser limpa rapidamente", comentou Siani nesta sexta, em entrevista à imprensa após a apresentação.

    Ele repetiu que a recuperação do rio Doce se tornou uma missão permanente na companhia após o desastre.

    RETOMADA

    Na apresentação para analistas, o consultor jurídico da Vale, Clóvis Torres, disse acreditar que o governo pretende autorizar a retomada das operações da Samarco, suspensas após o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana (MG), para gerar caixa para a recuperação dos danos.

    A expectativa resulta de reunião com Advocacia Geral da União (AGU), contou Torres, na qual a empresa foi informada que o fundo de R$ 20 bilhões proposto pelo governo seria composto por 20% da receita ou 50% do lucro da Samarco.

    "Se estão considerando isso, quer dizer pensar em deixar a Samarco voltar a operar", afirmou. Segundo ele, o valor do fundo foi calculado com base na análise dos balanços da mineradora.

    "Eles sugeriram que sentemos e cheguemos a um acordo, ao invés de brigarmos na Justiça", contou Torres. De acordo com ele, Vale e BHP vão se reunir para discutir a proposta e definir uma estratégia para o caso.

    O fundo de R$ 20 bilhões foi anunciado na última sexta (27), logo após entrevista na qual a Vale propôs a criação de um fundo voluntário, em parceria com a BHP, para a reconstrução. A companhia não disse, no entanto, quanto pretende investir.

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