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    Gestantes serão testadas para o zika em São Paulo

    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    05/12/2015 02h00

    A partir de 2016, o Estado de São Paulo incluirá o teste do vírus zika no pré-natal das gestantes. O exame também será adotado em bancos de sangue e para as pessoas que farão transplantes de órgãos.

    A decisão consta em um plano de arboviroses entregue pelo secretário da Saúde, David Uip, ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta sexta (4). A proposta prevê ações de combate ao Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O Estado tem dois casos suspeitos de zika (em Sumaré e São José do Rio Preto). Há 45 registros de microcefalia neste ano, mas, segundo Uip, estão dentro do esperado.

    O país tem hoje 1.248 casos suspeitos de microcefalia em 13 Estados e no DF. O Nordeste concentra 98% dos registros. Testes estão sendo feitos para estabelecer a relação entre o zika e a má-formação.

    Em São Paulo, a proposta é que o exame, que está sendo desenvolvido pelo Instituto Adolfo Lutz, seja incluído nos procedimentos do pré-natal. As grávidas também podem ser testadas depois caso apresentem sintomas.

    "A gente já sabe que o vírus zika tem um período de incubação de três a sete dias e um quadro clínico de quatro a cinco dias. Mas ele persiste depois da fase aguda?", questiona o secretário da Saúde.

    Também há dúvida sobre se a mulher pode engravidar com segurança caso já tenha sido infectada antes pelo vírus. O ebola, por exemplo, depois da fase aguda, pode permanecer no organismo por meses causando lesões.

    Segundo Uip, as universidades, com apoio da Fapesp, devem fazer estudos que respondam a questões como: o zika tem um único sorotipo? A primeira infecção confere imunidade definitiva?

    LEITE E SÊMEN

    Pesquisadores já têm indícios de que o vírus pode ser encontrado em três fluidos: sangue, sêmen e leite materno. Mas ainda não há evidência de que a transmissão pode ocorrer por essas vias.

    Em 2013, pesquisadores do Taiti mostraram que o vírus podia ser detectado no sangue de 3% dos doadores assintomáticos, o que sugere um risco real de transmissão do vírus durante transfusões.

    Por essa razão, segundo Uip, é importante que tanto os bancos de sangue como os centros de transplantes adotem o teste em suas rotinas.

    Na Polinésia Francesa (onde houve surto do zika em 2013), médicos acharam partículas do vírus no leite materno, mas não se sabe se ele é transmitido ao bebê.

    O Instituto Nacional de Saúde da Mulher e a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humanos informaram que não há evidências para alterações de conduta em relação ao aleitamento materno.

    A transmissão sexual do zika foi relatada em 2008, quando um americano voltou de viagem ao Senegal com sintomas. Sua mulher, que não saía dos EUA havia um ano, desenvolveu a doença.

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