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    Famílias gastam mais que o governo com saúde, aponta pesquisa do IBGE

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    10/12/2015 11h00

    As famílias brasileiras arcaram com mais da metade dos gastos com saúde no país entre 2010 e 2013, apesar do SUS (Sistema Único de Saúde) se propor a oferecer acesso integral e universal para a população brasileira.

    Dos R$ 424 bilhões gastos com bens e serviços relacionados à saúde em 2013, R$ 234 bilhões (55% do total) foram despendidos pelas famílias. Os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) responderam pela diferença.

    Os dados são da Conta-Satélite de Saúde 2010-2013, divulgada na manhã desta quinta-feira (10) pelo IBGE. O estudo é baseado nas Contas Nacionais, que medem o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

    Considerando o gasto por habitante, as famílias tiveram um dispêndio de R$ 1.162,14. Isso significa um gasto 23% maior do que a realizada pelo governo em 2013, que foi de R$ 946,21 per capita.

    Dos gastos das famílias, R$ 390,84 são com medicamentos e R$ 702,97 com serviços de saúde privado, o que inclui planos de saúde, hospitais e exames. O restante é destinado a aparelhos óticos e odontológicos.

    O estudo mostra que o governo gastou R$ 42,12 per capita com medicamentos distribuídos gratuitamente em 2013. O número só considera, porém, remédios retirados para uso em casa, sem considerar os aplicados em hospitais e postos de saúde.

    A despesa do governo com serviços de saúde (incluindo, portanto, os remédios usados dentro de hospitais e postos de saúde) foi portanto de R$ 745,65 por habitante em 2013, segundo a pesquisa do IBGE.

    Além de menores, os gastos per capita do governo com saúde cresceram, em média, 2,16% de 2010 a 2013, abaixo do crescimento médio dos gastos das famílias, de 2,36%, já considerada a inflação do período.

    Vale lembrar que despesas médicas podem ser abatidas do IR (Imposto de Renda), como pagamentos a médicos e exames de laboratórios. Esse tipo de abatimento não é considerado na pesquisa do IBGE.

    Dos produtos farmoquímicos (matéria-prima para produção de medicamentos), 74% foram importados em 2013. Dos materiais médicos e odontológicos, 37,1% veio de fora do Brasil, assim como 24,5% dos medicamentos.

    O número de empregos relacionadas à saúde passou de 5,2 milhões em 2010 para 6,1 milhões em 2013, aumento de 17%.

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