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    Ministério Público apreende provas de crime contra Maju Coutinho

    DO UOL

    10/12/2015 16h00

    Cassia Tabatini
    Maju Coutinho - sem tempo ruim - símbolo da nova informalidade do telejornalismo na tv aberta, a ex-professora Maju Coutinho conquistou espaço exercendo o que não parecia permitido a uma estrela televisiva: ser ela mesma#serafina92
    Maju Coutinho em ensaio para a Serafina, em novembro

    O Ministério Público de São Paulo promoveu uma operação na manhã desta quinta-feira (10) para apreender provas por crime de racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho. As informações foram divulgadas pela TV Globo.

    Segundo a emissora, só nesta fase das investigações, a Justiça determinou 25 mandados de busca e apreensão em oito Estados –SP, MG, GO, CE, PE, AM, SC e RS. Em Goiás, por exemplo, parte dos ataques teria sido feito por um adolescente de 16 anos.

    "Não, meu grupo não [fez os ataques racistas], agora, o grupo que publicou, eu sei quem foi, e eu vou falar. Lógico, não vou segurar o rojão de ninguém", disse um dos suspeitos de ter feito ofensas racistas contra a jornalista. Ele tem 21 anos, é morador da zona Norte de São Paulo e teve o computador apreendido.

    Maju, como também é conhecida, sofreu ofensas racistas em julho em uma publicação com a sua imagem na página oficial do "JN" no Facebook. Alguns internautas fizeram piadas e publicaram comentários pejorativos e racistas, como "Só conseguiu emprego no 'Jornal Nacional' por causa das cotas. Preta imunda" ou "Vá fazer as previsões do tempo na senzala".

    Revoltados, internautas, telespectadores, famosos, colegas de redação e profissão saíram em defesa da jornalista e publicaram comentários de repúdio ao longo desta sexta-feira. A hashtag #SomosTodosMajuCoutinho chegou ao assunto mais comentado do dia no Twitter.

    Formada pela Cásper Líbero e com rápida passagem pela TV Cultura, Maria Júlia iniciou a sua carreira no jornalismo da Globo como repórter de telejornais locais, em São Paulo. Se tornou pouco tempo depois a moça do tempo no "SPTV", "Bom Dia São Paulo", "Bom Dia Brasil" e também no "Hora 1". Ela é conhecida na redação paulista com esse apelido, "Maju" (para os íntimos).

    É considerada uma das repórteres mais simpáticas da emissora, e ganhou uma legião de fãs nas redes sociais depois que passou a interagir diariamente –e de forma descontraída– com o âncora William Bonner no "Jornal Nacional". Maju é a primeira mulher negra a se tornar a moça do tempo do "JN", função que ocupa desde abril.

    RACISMO É CRIME

    A pessoa acusada por injúria racial pode ser autuada pelo Art. 140 do Código Penal, com pena de reclusão de um a três anos e multa. "Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Pena - reclusão de um a três anos e multa", diz um trecho do Código Penal.

    SITE PARA DENÚNCIAS

    A presidente Dilma Rousseff anunciou em abril o lançamento de um site chamado "Humaniza Redes". A ideia, segundo o governo, é que o portal seja um espaço para denúncias de violação de direitos humanos na internet (como racismo, pedofilia, intolerância religiosa, etc) e utilizar a página para a promoção de conteúdos para uso seguro da rede.

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