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    mosquito aedes aegypti

    Estado de SP investiga seis notificações de microcefalia por caso de vírus zika

    EMÍLIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    14/12/2015 17h47 - Atualizado às 23h01

    O Estado de São Paulo confirmou na segunda (14) que investiga seis notificações de microcefalia que preenchem os requisitos necessários para a definição de caso ligado a infecção pelo vírus zika -transmitido pelo Aedes aegypti.

    Os casos suspeitos ocorreram em Campinas, Guarulhos, Mogi-Guaçu, Ribeirão Preto, São Paulo e Sumaré.

    Cinco deles são considerados autóctones, ou seja, contraídos no próprio Estado.

    O caso da capital é referente a uma gestante que esteve no Nordeste e chegou a São Paulo com 37 meses de gestação, segundo a Secretaria estadual da Saúde.

    De 17 de novembro até 10 de dezembro os municípios paulistas notificaram 46 casos de microcefalia. Destes, seis são investigados por suposta relação com o vírus.

    Em média, o Estado costuma registrar cerca de 40 casos por ano da má-formação.

    Segundo o infectologista Marco Boulos, coordenador de Controle de Doenças da secretaria, como a microcefalia não era de notificação compulsória, os números dos anos anteriores podem ser resultado de subnotificação.

    Boulos explica que os seis casos investigados preenchem os requisitos pois as gestantes tiveram manchas vermelhas pelo corpo, os bebês nasceram com a má-formação, há presença de calcificação no cérebro das crianças e todos os testes para outras doenças que causam microcefalia deram negativo.

    Os supostos contágios ocorreram no primeiro semestre deste ano. "Isso indica que o vírus circulou no Estado. Neste momento não temos evidência, mas certamente circulou ", afirma.

    NOVOS CASOS

    O Estado testou mais de 300 casos de pessoas que tiveram sintomas, mas testaram negativo para a dengue. Em nenhum deles detectou-se a presença do vírus zika.

    As autoridades, porém, não descartam que novos casos possam ocorrer. "É esperado que chegue. As pessoas viajam, vem para cá. Se for picado e estiver com zika vai passar para o Aedes", diz.

    Neste ano, era esperado que o Estado enfrentasse problemas com a chikungunya, o que quase não ocorreu. "O que me parece é que este vírus [zika] tem poder de disseminação muito maior [do que o chikungunya]", diz Boulos.

    Desde o dia 17 de novembro, o ministério recomenda que os gestores e profissionais de saúde notifiquem imediatamente qualquer caso suspeito de microcefalia relacionado ao vírus zika.

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