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    Sem cumprir promessas, Haddad lança metas para transporte em 2030

    RODRIGO RUSSO
    DE SÃO PAULO

    17/12/2015 12h14

    Aloisio Mauricio-14.set.2015/Fotoarena/Folhapress
    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad

    A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (16) os principais pontos que constarão do Plano Municipal de Mobilidade, com metas para o transporte da cidade até o ano de 2030.

    Mesmo longe de concluir parte dos objetivos de sua gestão para o setor de transporte público, especialmente aqueles que envolvem obras, o prefeito Fernando Haddad (PT) incluiu metas ambiciosas no documento.

    Prevê-se, por exemplo, a construção de 600 km de corredores de ônibus nos próximos 15 anos. Para o mandato 2013-2016, Haddad prometera entregar 150 km de corredores.

    A um ano do fim do prazo, o site do Programa de Metas da prefeitura informa que somente o prolongamento do corredor Nove de Julho foi concluído, e 63,5 km estão em obras. É improvável, portanto, que Haddad conclua metade do que previa.

    Há previsão também de implantar 860 km de faixas exclusivas para o transporte público sobre rodas, com menos custos que os corredores. Nesse item, o prefeito superou a promessa de criar 150 km de faixas exclusivas: foram novos 390 km até o momento.

    Por fim, Haddad estabelece a diretriz de que 29 terminais de ônibus sejam construídos nos próximos 15 anos. Hoje, segundo a SPTrans (empresa municipal de transportes), São Paulo tem ao todo 28 terminais municipais.

    CICLOVIAS

    Outra meta incluída no Plano de Mobilidade é a implantação de 1.500 km de ciclovias na malha viária, além de 540 km de ciclovias em corredores de ônibus. A gestão Haddad prometera que todos os corredores da cidade seriam construídos com ciclovias, mas as obras têm ignorado essa previsão.

    Dos 400 km de vias cicláveis que se comprometeu a entregar durante seu mandato, Haddad conclui 260 km até outubro deste ano –65% do total. É mais crível que essa meta seja cumprida, até porque ciclovias são obras mais baratas que corredores e tornaram-se uma das bandeiras eleitorais do prefeito, que em 2016 disputará a reeleição.

    Na questão da mobilidade a pé, que tem ganhado maior importância, o plano promete reformar 250 mil m2 de calçadas por ano. Tal número é similar ao total de calçadas reformadas pela gestão Haddad até o fim de 2015 (252 mil m2 de acordo com o site do Programa de Metas), embora sua previsão seja de chegar a 1,5 milhão de m2 até 2016.

    AUSÊNCIAS

    Se nos pontos acima a gestão Haddad parece definir parâmetros pouco críveis, outros tópicos foram ignorados. É o caso dos aplicativos de transporte e carona compartilhada, como o Uber, ainda em estudo na cidade. Também ficou de fora da apresentação o transporte público sobre trilhos. Embora seja de responsabilidade do governo do Estado, a prefeitura também faz investimentos na construção de metrô.

    O texto final do Plano de Mobilidade deve ser publicado em decreto nos próximos dias. O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que Haddad não precisaria seguir esse caminho legal, mas tomou tal decisão porque "assim fica difícil alterar o documento".

    "É preciso vigiar para que as próximas gestões não mudem esse plano, que é uma construção coletiva", declarou Tatto ao fim da reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes.

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