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    Crise da água

    Cantareira se mantém em alta apesar de retirada maior de água

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    21/12/2015 02h00

    Apesar do aumento de retirada de água do sistema Cantareira pela Sabesp (empresa paulista de saneamento), o conjunto de represas continua aumentando seu nível. Nos últimos três dias, as represas aumentaram meio ponto percentual.

    Neste domingo (20), o sistema tinha 20,3% de sua capacidade. O índice já qualifica o Cantareira a sair de seu volume morto (porção de água que ficam abaixo do nível zero da represa e que é captada por meio de bombas), o que deve ocorrer até o fim do ano, quando ele chegar a 23%.

    O Cantareira está há 18 meses no volume morto.

    MAIS CHUVA - Água que entra no Cantareira passa da média pela primeira vez desde o início da crise*

    AUMENTO DE CAPTAÇÃO

    Na semana passada, a Sabesp conseguiu a autorização de órgãos reguladores para aumentar a quantidade de água retirada do crítico Cantareira, de 13,5 mil litros por segundo para 15 mil litros de água por segundo.

    A Sabesp justificou o pedido dizendo que o aumento de temperatura no fim de ano somado ao período de festas elevaria o consumo de água.

    Segundo a empresa, caso a captação não fosse aumentada, as ocorrências de famílias com torneiras secas, fenômeno que ocorre todos os dias durante horas em milhares de casas há quase dois anos, se agravariam.

    A estatal também poderá escolher se usará parte dessa água a mais para levá-la a bairros hoje abastecidos pelo sistema Alto Tietê.

    A operação ajudaria a aliviar esse segundo sistema de represas, que fornece água para a porção leste da Grande São Paulo e que está com 21,5% de sua capacidade.

    Luis Moura - 14.out.15/WPP/Folhapress
    Vista de represa do Cantareira em outubro; nível mantém alta apesar de retirada maior de água
    Vista de represa do Cantareira em outubro; nível mantém alta apesar de retirada maior de água

    A Sabesp conseguiu esse aumento de captação porque, pela primeira vez desde o início da crise hídrica, o volume de água que entra no sistema Cantareira conseguiu se aproximar da média para o mês.

    Neste dezembro, a água que chegou às principais represas do Cantareira está 5% acima da média histórica.

    Desde 2013, o segundo melhor resultado para o Cantareira foi em outubro daquele ano, quando a entrada de água ficou 22% abaixo da média. Desde então, as chuvas não caíram sobre o Estado e o volume de água que nutre as represas chegou a ficar 87% abaixo da média em fevereiro de 2014.

    Para se ter uma ideia, no pior momento da crise, no início deste ano, o Cantareira recebia 8 mil litros de água por segundo. Neste mês, em um dia, essa taxa chegou a ficar em 93 mil litros por segundo.

    A Sabesp e os órgãos reguladores esperam que essa tendência de volta à normalidade do regime de chuvas avance pelos próprios meses.

    Assim, a captação de água no Cantareira poderia permanecer em 15 mil litros por segundo no início de 2016 se o reservatório continuar armazenando água.

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