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    Promotoria investiga propina paga à Corregedoria para proteger policiais

    DE SÃO PAULO

    21/12/2015 08h49

    O Ministério Público Estadual de São Paulo investiga a existência de uma cobrança de até R$ 50 mil por mês paga por policiais à Corregedoria da Polícia Civil. Segundo as investigações, os corregedores venderiam proteção aos homens que deveriam investigar e prender.

    A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" nesta segunda-feira (21). De acordo com jornal, os corregedores informavam a delegacias e departamentos da Polícia Civil o planejamento de operações do Ministério Público e o recebimento de denúncias feitas por vítimas de extorsões de policiais.

    A principal prova do Ministério Público Estadual é um vídeo em que promotores de Justiça são enganados por policiais civis a fim de permitir a fuga de dois investigadores acusados de corrupção. O vídeo foi flagrado pelas câmeras de segurança do Deic (Departamento de Investigações Criminais) e apreendido pelos promotores do Gecep (equipe da Promotoria para controle externo da atividade policial) após suspeita do departamento e da corregedoria na fuga dos agentes.

    Na ocasião, os promotores do Gecep foram ao Deic prender os policiais no dia 11 de novembro, às 16h. Antes da chegada da Corregedoria da Policia Civil, que acompanharia a operação, há uma grande movimentação dos investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). A suspeita do Gecep é que eles foram avisados pela corregedoria.

    Sob proteção, um policial civil foi ouvido em sigilo pelos promotores e disse que a propina era entregue ao chefe dos investigadores da corregedoria, Waldir Tabach. Ele afirma que "foi o chefe dos investigadores da Polícia Civil, Waldir Tabach, que informou ao chefe dos investigadores do Deic, sr. Toyama, que o Gecep e policiais da corregedoria estavam chegando no local para cumprir mandados de prisão". Ele disse ainda que Tabach receberia R$ 50 mil mensais só do Deic para mandar as informações e que falaria com Toyama por meio de celulares chamados "diretinhos" que ninguém sabe o número.

    O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, informou que já pediu providências sobre os fatos à Delegacia Geral, na última quarta (16).

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