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    Perícia diz que letra em carta de despedida é de mãe de Bernardo

    COLABORAÇÃO PARA O UOL, EM PORTO ALEGRE

    24/12/2015 21h00

    Reprodução
    Foto do menino Bernardo Uglione Boldrini, morto em 2010, aos 11 anos, no Rio Grande do Sul
    Foto do menino Bernardo Uglione Boldrini, morto em 2010, aos 11 anos, no Rio Grande do Sul

    A nova análise feita na carta deixada por Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, morta no dia 10 de fevereiro de 2010, vítima de um tiro na cabeça, concluiu que a letra é da própria vítima. A conclusão é do IGP (Instituto-Geral de Perícias) do Rio Grande do Sul.

    Os peritos estão debruçados sobre o caso, reaberto por determinação judicial em maio. Conforme o inquérito policial feito na época, Odilaine teria se suicidado no consultório do então marido e pai de Bernardo, Leandro Boldrini, na cidade gaúcha de Três Passos (470 km de Porto Alegre). A reabertura do caso se deu a partir de questionamentos levantados por novas provas produzidas por uma perícia particular encomendada pela família de Odilaine.

    O diretor-geral do IGP, Cléber Muller, diz que há "riqueza de coincidências, de grafismos" entre a carta e o material pessoal de Odilaine utilizado na comparação. "é consenso de todos os peritos que aquela carta que foi escrita pela Odilaine Uglione", afirma Muller. Entretanto, ele diz que a hipótese de homicídio ainda não foi descartada. O exame de balística que poderia apontar quem foi o autor do disparo que matou Odilaine foi inconclusivo.

    Na última semana, foi feita a reconstituição da morte de Odilaine dentro do consultório de Leandro. O ex-marido –e suspeito– participou da simulação conduzida pelos peritos. A dúvida que ainda resta é determinar se Leandro estava dentro ou fora do consultório no momento do disparo.

    Desde o assassinato do menino Bernardo Boldrini, em abril de 2014, a família de Odilaine deu início a uma investigação paralela, que contou com laudos de peritos particulares. Para o advogado Marlon Taborda, que representa a mãe de Odilaine, Jussara Uglione, há uma série de inconsistências no trabalho policial feito na época.

    O MP (Ministério Público) solicitou a reabertura do caso, com o objetivo de confrontar o que foi investigado pela polícia e as novas provas produzidas por peritos privados. Leandro Boldrini é réu pela morte de Bernardo e está preso, aguardando julgamento, na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas).

    O caso Bernardo
    Bernardo desapareceu no dia 4 de abril de 2014, na cidade de Três Passos, no noroeste gaúcho. Dois dias depois, seu pai registrou ocorrência na polícia sobre o desaparecimento do filho.

    O corpo do menino foi encontrado por policiais em 14 de abril, enterrado em um matagal na área rural do município vizinho de Frederico Westphalen. No dia 16, a polícia pediu a prisão temporária de Leandro, da madrasta, Graciele Ugulini, e da amiga do casal Edelvânia Wirganovicz, como suspeitos do crime.

    Segundo a promotoria, Leandro foi o mentor do crime, executado por Graciele, com apoio de Edelvânia. Evandro teria cavado o buraco em que o corpo de Bernardo foi jogado. Os três estão presos.

    Graciele afirma que a morte do menino foi um acidente após dar um calmante para ele. Leandro nega participação no crime. Já Edelvânia declarou que apenas ajudou a enterrar o corpo.

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