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    Taxistas agridem equipe da Globo em protesto em frente à Prefeitura de SP

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    29/12/2015 11h21 - Atualizado às 21h17

    Um grupo de taxistas agrediu com socos e pontapés integrantes de uma equipe de reportagem da TV Globo em meio a um protesto contra regulamentação do aplicativo de transporte Uber, na manhã desta terça-feira (29), em frente à Prefeitura de São Paulo.

    A agressão ocorreu por volta das 11h, enquanto integrantes da prefeitura anunciavam, em entrevista, detalhes da proposta de decreto que visa a regulamentação o serviço na capital.

    Taxistas que gritavam "fora Globo" cercaram a equipe e agrediram o repórter Jean Raupp, o cinegrafista e o auxiliar de imagens da emissora. Eles estavam em frente à prefeitura desde as 9h, quando começou uma manifestação da categoria.

    Após as agressões, como mostra vídeo da Folha, taxistas que gritavam "fora, fora" e faziam gestos obscenos ainda seguiram o repórter por alguns metros, apenas sob o olhar de integrantes da Guarda Civil Metropolitana. A equipe de reportagem da Globo entrou no carro da emissora e deixou o local.

    Em nota, a emissora informou que "cobre o caso, desde o seu início, com isenção e correção. E repudia qualquer tipo de hostilidade que impeça a transmissão da notícia ao espectador."

    No Twitter, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) condenou o ação dos taxistas, dizendo que "nenhuma agressão contra jornalistas de qualquer veículo é aceitável."

    O presidente do sindicato dos taxistas, Natalício Bezerra, condenou a agressão ao repórter. "Não tem motivo nenhum para agredir jornalista. Ele está ali para cumprir o trabalho dele e nenhum motorista tem motivo para bater nele", afirmou.

    "A Imprensa é para dizer o que está certo e errado. Às vezes extrapola um pouco, mas vivemos numa democracia e temos de respeitá-la", concluiu o representante dos sindicalistas.

    PROJETO DE HADDAD

    Conforme a Folha revelou, o prefeito de Fernando Haddad (PT) pretende enquadrar o Uber em um esquema nos quais os motoristas possam se regularizar mediante pagamento de valores flexíveis aos cofres municipais. Seu valor deve variar de acordo com quatro parâmetros: horário em que a viagem é feita, local de embarque, distância percorrida e compartilhamento do carro por dois ou mais usuários no trajeto.

    O aceno da gestão Haddad é a segunda tentativa, em menos de três meses, de enquadrar esse tipo de serviço, que é alvo de protesto de taxistas. Em outubro, a prefeitura anunciou um novo sistema de táxis, inspirado no Uber, batizado de "Táxi Preto", que previa carros de alto padrão acionados por aplicativo.

    O Uber, porém, disse não se enquadrar naquela proposta (que depende de alvarás concedidos pelo município, inicialmente limitados a 5.000) e seguiu operando de maneira clandestina. A prefeitura criou, então, um grupo de trabalho responsável pelo novo projeto, que receberá sugestões com a abertura da consulta pública.

    Como funcionao Uber

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    REGRAS PARA O UBER

    Prefeitura de SP lança projeto para regulamentar aplicativos de transporte

    Consulta pública 30 dias para receber sugestões, que serão analisadas por um grupo de trabalho

    O QUE PREVÊ O motorista deverá pagar taxa flexível à prefeitura para cada viagem realizada. O valor será calculado com base em quatro fatores:

    HORÁRIO DA VIAGEM Se no horário de pico, tende a ser mais caro; se de madrugada, tende a ser mais barato)

    LOCAL DO INÍCIO DA VIAGEM Se no centro expandido, tende a ser mais caro; se fora dele, tende a ser mais barato

    DISTÂNCIA PERCORRIDA Se menor, tende a ser mais caro; se maior, tende a ser mais barato

    COMPARTILHAMENTO Se não for uma viagem compartilhada, tende a ser mais cara; se for compartilhada, tende a ser mais barata

    O QUÊ A PREFEITURA DE SP PRETENDE

    • diminuir o número de carros
    • diminuir a poluição atmosférica
    • otimizar a utilização da infraestrutura urbana
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