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    'Ainda há muito a fazer', diz Alckmin após Cantareira sair do volume morto

    LUCAS FERRAZ
    ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA

    30/12/2015 14h18

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), comemorou nesta quarta-feira (30) a notícia de que o sistema Cantareira, que abastece parte da Grande São Paulo, deixou de operar com a água do fundo das represas, o chamado volume morto.

    O maior conjunto de represas de São Paulo operava nessa situação desde julho de 2014 e nesta quarta atingiu 22,6% de sua capacidade de armazenamento.
    "Muito ainda há para ser feito, mas isso mostra que estamos no caminho certo. A seca do ano passado foi a pior dos últimos cem anos e não tivemos colapso nem caos", afirmou Alckmin.

    Quando diz não ter havido "caos" ou "colapso", ele se refere ao fato de o governo do Estado ter optado pelo uso da água do fundo das represas do Cantareira (medida alvo de críticas de ambientalistas, por ter quase secado um manancial) em vez da implantação de um sistema drástico de rodízio (corte do fornecimento de água).

    Em vez disso, o governo uso essa água do volume morto e submeteu parte da Grande SP a um duro e ainda vigente sistema de racionamento (entrega controlada de água). Moradores especialmente de bairros distantes das represas passam até 20 horas por dia com suas torneiras secas.

    Sobre isso, o governador, que visitou Sorocaba para entregar casas populares, agradeceu a população da região metropolitana da capital pelo racionamento e ressaltou que a situação do abastecimento de água no Estado ficará melhor em 2017, quando o governo prevê a conclusão de obras no sistema de abastecimento.

    Ele relembrou a seca que se abateu em São Paulo em 2014, classificada por ele como "algo anormal".

    "Nós tínhamos tido, em 1953, a pior seca do Estado. E, no ano passado, choveu metade do que se verificou em 1953. Mas fica a cultura de que a água é um bem finito e que não pode haver desperdício. Pequenos atos fazem a diferença", disse.

    Sistema Cantareira deixa o volume morto

    CANTAREIRA

    O Cantareira tem capacidade para 1,3 trilhão de litros de água, sendo que 288 bilhões (cerca de 23%) estão abaixo das tubulações fixas de captação, ou seja, nesse tal volume morto -chamado pelo governo de "reserva técnica".

    Para o governo do Estado, a recuperação do volume morto marca uma virada na condição climática que castigou o Estado de São Paulo. Já para ambientalistas, a atual crise hídrica ainda é apenas um prenúncio de tempos com clima ainda mais extremo.

    De qualquer forma, a volta das chuvas e a retomada do uso dos dutos fixos de captação, porém, não trazem um alívio automático, já que o racionamento deve seguir duro em diferentes pontos da região metropolitana para que uma poupança de água possa ser acumulada para enfrentar o próximo período seco, de abril a setembro.

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