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    mosquito aedes aegypti

    Casos suspeitos de microcefalia chegam a 3.530 em 20 Estados e DF

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    12/01/2016 21h50

    Desde outubro, o Brasil já registra 3.530 casos suspeitos de bebês com microcefalia, má-formação do cérebro que pode trazer limitações ao desenvolvimento da criança.

    Destes, 88% estão localizados nos Estados do Nordeste. Mas os registros também já se expandem no Sudeste, com casos em investigação no Rio de Janeiro e São Paulo, além do Centro-Oeste e Norte. A região Sul analisa um caso suspeito.

    Os dados, contabilizados de 22 de outubro até o dia 9 de janeiro, foram divulgados pelo Ministério da Saúde na noite desta terça-feira (12). Ao todo, os registros estão distribuídos em 724 municípios de 20 Estados e Distrito Federal.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O novo balanço representa um aumento de 11,2% em relação à ultima semana, quando havia 3.174 casos suspeitos em 684 municípios. A pasta não informou o total de casos confirmados ou descartados.

    Já o número de mortes de bebês com suspeita de microcefalia cresceu 21% em relação ao balanço da última semana. Ao todo, 46 casos são investigados.

    O Estado com maior número de casos de bebês com suspeita de microcefalia ainda é Pernambuco, com 1.236 registros. Paraíba e Bahia seguem a lista, com 569 e 450 casos em investigação, respectivamente.

    Também notificaram casos Alagoas (149), Ceará (192), Maranhão (119), Piauí (62), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Mato Grosso (129), Mato Grosso do Sul (3), Distrito Federal (5), Goiás (7), Pará (6), Roraima (1), Tocantins (75), Espírito Santo (32), Minas Gerais (19), Rio de Janeiro (122), São Paulo (17) e Rio Grande do Sul (1).

    NOVOS EXAMES

    O Ministério da Saúde também confirmou que novos exames em dois bebês com microcefalia que morreram após o parto e em dois fetos cujas mães tiveram aborto espontâneo no Rio Grande do Norte tiveram resultado positivo para o vírus zika, conforme adiantou a Folha.

    O achado se soma a outros três casos já "positivos" para o zika: dois de fetos identificados com microcefalia ainda na gestação e um de um bebê do Ceará que morreu após o parto.

    Os resultados ocorrem após testes feitos pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, um dos órgãos que acompanham as investigações no Brasil, a partir de amostras encaminhadas por pesquisadores da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

    Esta também é a primeira análise divulgada sobre a presença do vírus em fetos cujas mães, que relataram sintomas de zika na gestação, sofreram abortos espontâneos.

    A discussão sobre a relação entre os casos de microcefalia e o vírus zika, no entanto, vem sendo alvo de debates no país. Em São Paulo, pesquisadores que fazem parte de uma força-tarefa liderada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP avaliam a possibilidade de outros fatores, além da ação isolada do micro-organismo, estarem relacionados ao aumento de casos de microcefalia.

    Para o Ministério da Saúde, os resultados reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus zika e a ocorrência de microcefalia. A pasta admite, porém, que é preciso mais investigações e pesquisas "a fim de esclarecer e descrever com mais evidências a alteração no padrão de prevalência de microcefalia e outras malformações."

    Descoberto no país em maio do ano passado, o zika já tem circulação confirmada em 19 Estados e DF. São eles: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Embora ainda fora da lista, Goiás também confirma casos de infecção pelo vírus adquiridos dentro do Estado.

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