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    Ativista ferido na cabeça em ato do MPL está de licença médica no Metrô

    GIBA BERGAMIM JR.
    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    14/01/2016 02h00

    Éber Veloso Carlos, 28, é segurança do Metrô desde 2010. Não paga passagem e tem salário de aproximadamente R$ 1.600 da companhia. Entre suas atribuições está conter tumultos em estações.

    Na última terça (12), no entanto, ele figurava entre os manifestantes que exigem tarifa zero nos transportes.

    Em vez do uniforme preto dos agentes do Metrô, uma camisa florida, com o peito à mostra –roupa que ficou manchada de sangue depois que, segundo ele, um policial o atingiu com um cassetete quando estava parado com as mãos para o alto, nas imediações da avenida Paulista.

    Carlos está em licença médica do Metrô desde 27 de julho por causa de uma lesão na mão direita. Ele diz também que teve grave depressão, cortou o pescoço e o pulso e ficou "duas semanas na UTI".

    A empresa confirma a licença, mas não deu detalhes. "Por questões legais, o Metrô não fornece informações de cunho pessoal de seus empregados", diz por meio de nota.

    O metroviário é visto como um radical entre colegas de trabalho, com quem já se envolveu em confusões. Chefes evitam escalá-lo para atuar em locais e dias de protesto.

    PROTESTOS EM SP

    Ele se formou em história e cursa letras na USP e afirma ter se frustrado com a maneira de trabalhar dos agentes. "Eu não imaginava que a profissão [de segurança] fosse tão militarizada. Por isso, tenho certeza que meu lugar é na sala de aula. Pretendo prestar concurso para ser professor."

    Carlos também afirma que já sofreu retaliação de metroviários por apoiar manifestações contra a tarifa. "A categoria dos metroviários, que, se quiser, para a cidade, só se mobiliza em benefício próprio. Já eu defendo a solidariedade de classes", diz.

    Em sua página no Facebook, Carlos enaltece o anarquismo, postando frases de defensores do movimento que prega a sociedade desprovida de governos.

    Carlos afirma ter entrado na companhia por acreditar que seria carreira de ganhos melhores que a de um professor. "Vim de família pobre. No Metrô, as condições são melhores do que na educação."

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