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    Estudante ferido durante protesto em SP recebe visita de Eduardo Suplicy

    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    16/01/2016 16h56

    Ferido na manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo, o estudante Gustavo Mascarenhas Camargos Silva, 19, recebeu neste sábado a visita do secretário municipal de Direitos Humanos Eduardo Suplicy.

    De acordo com a mãe de Gustavo, a jurista e professora da PUC Ana Amélia Camargos, Suplicy convidou o estudante a participar de encontro entre o Ministério Público e o Movimento Passe Livre na própria segunda-feira.

    Durante o encontro, Suplicy telefonou para o prefeito Fernando Haddad (PT) e o colocou em contato com o estudante.

    Segundo Ana Amélia, Haddad explicou a posição da prefeitura em relação ao MPL: "Ele disse que a prefeitura já gasta muito para manter a gratuidade dos estudantes e dos idosos, portanto acha que o passe livre é inviável".

    Arquivo Pessoal
    Gustavo Mascarenhas teve parte do polegar da mão direita dilacerado por um estilhaço de bomba
    Gustavo Mascarenhas teve parte do polegar da mão direita dilacerado por um estilhaço de bomba

    De acordo com ela, Haddad também afirmou que todos têm o direito de livre manifestação, que não deve ser reprimido. E que Gustavo era um símbolo desta resistência.

    Segundo com Ana Amélia, eles devem se encontrar com o secretário da Segurança Pública Alexandre de Moraes, na próxima terça-feira (18). A secretaria da Segurança, no entanto, não confirma a agenda de Moraes para a próxima semana.

    Gustavo foi ferido durante manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público na terça-feira (11). Ele teve parte do polegar da mão direita dilacerado por um estilhaço de bomba atirada pela Polícia Militar e precisou ser internado no Hospital Albert Einstein, onde passou por uma cirurgia de implante ósseo.

    O estudante, recém-admitido na faculdade de arquitetura, corria o risco de perder o dedo. Após ser operado, no entanto, os médicos descartaram essa possibilidade.

    O jovem estava acompanhado de cinco amigos da escola e conta que estava na praça do Ciclista quando percebeu um artefato caindo ao seu lado antes da explosão. "Estava longe do local em que a PM conversava com os manifestantes e de repente vi a explosão. Fiquei zonzo e quando vi meu dedo me surpreendi", afirma.

    Ferido, Gustavo correu em direção à avenida Paulista "desorientado" em meio a fumaça das bombas de efeito moral. Ele ainda parou sob a marquise de um prédio onde foi socorrido por uma mulher que amarrou um pano em seu dedo.

    A mãe do estudante diz que pretende processar o Estado.

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