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    Aluguel de bicicleta para lazer em São Paulo tem pico à noite

    GUSTAVO QUEIROLO
    JULIANA GRAGNANI
    DE SÃO PAULO

    17/01/2016 02h00

    Para se exercitar, a professora Elisângela Santos Marcos, 38, aluga uma bicicleta e percorre o Minhocão duas vezes por semana, às 22h. No mesmo horário, o publicitário Danilo Sorrino, 31, retira uma bike para "dar um rolê" pelo centro com sua câmera.

    Dados do Bike Sampa, sistema de empréstimo de bicicletas do Itaú, derrubam a teoria de que o meio de transporte só é utilizado para ir ao trabalho em dias úteis e passear aos fins de semana.

    Há um pico de uso noturno no sistema em dias da semana, o que indica utilização para lazer (exercícios ou passeios, por exemplo) ou deslocamento para lazer (como meio de transporte para o cinema). A prática se concentra no centro de São Paulo.

    As informações se referem a 20 dias úteis entre setembro e outubro de 2015.

    No posto ao lado da estação de metrô Santa Cecília (centro), por exemplo, a faixa de horário com mais retiradas durante o dia todo é entre 21h30 e 22h. O Minhocão, que fica ao lado da estação, fecha para carros às 21h30 em dias úteis. "É a alternativa de exercício físico mais fácil para mim", diz Elisângela, que pratica o ritual há um ano.

    Já o editor Victor Ferreira, 35, alugou a bicicleta na estação da Santa Cecília às 21h45 desta quarta (13) para encontrar amigos na Barra Funda. Outros usuários recorrem às estações no entorno da Paulista para passear na ciclovia.

    Há cerca de 600 mil usuários cadastrados no Bike Sampa, que tem 259 estações. Registro e liberação das bicicletas são feitos pelo celular ou com bilhete único, mas é preciso cartão de crédito para o cadastro. A primeira hora é gratuita; as demais, R$ 5.

    O sistema de empréstimos CicloSampa, patrocinado pela Bradesco Seguros, tem 17 estações. Os primeiros 30 minutos são gratuitos. Depois, R$ 5 a cada meia hora.

    PICO NOTURNO - Quantidade de bicicletas retiradas por horário na região central em dias úteis

    ZONA LESTE

    Dados mostram que os fluxos na zona leste são bem menores do que no resto do sistema. Para André Pasqualini, da ONG CicloBR, a obrigatoriedade do cartão de crédito limita o acesso da periferia.
    "Não temos reclamações nesse sentido", diz Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do Itaú.

    Segundo Nicola, 14 estações devem mudar de lugar na região, justamente porque estão subutilizadas. O objetivo é aproximá-las de ligações com o transporte público.

    A mudança depende de uma concorrência da prefeitura que foi congelada após recomendação do Tribunal de Contas do Município. O convênio entre prefeitura e Bike Sampa acabou em 2015. Desde então, o serviço tem um contrato emergencial e não pode inaugurar estações.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Clique e explore os deslocamentos dos usuários do Bike Sampa

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