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    Para evitar acidente, devotos mudam 'rota da Fé' até Aparecida

    TÂNIA CAMPELO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
    EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

    18/01/2016 02h00

    O grupo de romeiros que há 16 anos sai de Itaquera (zona leste de SP) e segue a pé até o santuário de Aparecida, a 173 km da capital, teve mais uma missão neste ano. Eles testaram uma rota alternativa para os peregrinos que percorrem a rodovia Presidente Dutra até chegar à basílica.

    O objetivo é reduzir o risco de acidentes, andando cerca de 50 km a mais. Em vez de uma peregrinação de cinco dias, o novo trajeto deverá ser feito em seis. A proposta foi apresentada ao governo do Estado pelo padre Rosalvino Moràn Viñayo, 75.

    Em outubro, o governador Geraldo Alckmin prometeu avaliar propostas para um novo "Caminho da Fé". Nos últimos oito anos, ao menos cinco romeiros morreram atropelados na Dutra.

    "Foram 220 km, a maior peripécia que fiz na vida. O caminho exige sacrifício e fé, mas pode ser a nova rota para os devotos", disse o padre.

    Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
    Romeiros percorreram estradas vicinais rumo à Basílica de Aparecida; grupo saiu de Itaquera no último sábado (9)
    Romeiros percorreram estradas vicinais rumo à Basílica de Aparecida; grupo saiu de Itaquera no dia 9

    Ele e mais 160 romeiros saíram de Itaquera à meia-noite do último sábado (9) e chegaram na tarde de sexta-feira (15) a Aparecida.

    O grupo, que antes passava pelas rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Dutra, seguiu por estradas vicinais e ruas de terra. Os romeiros cruzaram as cidades de Itaquaquecetuba, São José dos Campos, Tremembé e Pindamonhangaba, entre outras.

    "O novo trajeto leva a uma reflexão maior. Passamos por matas e montanhas, ficamos mais perto de Deus", disse a peregrina Rossênia Kelly Gomes Cavalcante Félix, 35, que participou pela oitava vez da travessia.

    Durante o trajeto, os romeiros pernoitaram em pousadas, abrigos improvisados e escolas. Um grupo de apoio forneceu alimentação e água.

    A romaria de Itaquera, batizada de Travessia da Fé, começou em 2001 quando o padre Rosalvino fez a peregrinação para dar apoio espiritual ao então governador Mario Covas, que morreu de câncer em março daquele ano.

    A assessoria do Palácio dos Bandeirantes informou que avaliará o novo trajeto. Se a proposta for aprovada, haverá ações para incentivar a migração dos peregrinos. Entre setembro e outubro, cerca de 6.000 devotos seguem a pé pela Dutra até a basílica.

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