• Cotidiano

    Sunday, 05-May-2024 16:45:04 -03

    Alckmin rompe com empreiteiras e suspende mais uma obra do metrô

    DE SÃO PAULO

    18/01/2016 11h18

    O Metrô de São Paulo rompeu contrato com o consórcio formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e CR Almeida e travou as obras de construção da linha 17-ouro. A informação foi revelada nesta segunda-feira (18) pelo jornal "Valor Econômico" e confirmada à Folha pela assessoria de imprensa do metrô.

    A linha, que liga o aeroporto de Congonhas (zona sul) ao estádio do Morumbi (zona oeste), foi prometida pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para ser inaugurada antes da Copa do Mundo no Brasil, em junho de 2014. O consórcio encerrado era responsável pela construção de três das oito estações da primeira fase da linha e do pátio de manobras.

    O rompimento teria ocorrido após vistorias Metrô identificar que as obras não avançavam como o esperado. As empresas podem ser multadas em mais de R$ 100 milhões, segundo a assessoria de imprensa do Metrô.

    Em nota, o Metrô disse lamentar "que as empresas tenham descumprido termos contratuais ao paralisar as obras, configurando abandono."

    "O consórcio desacelerou o ritmo das obras e não vinha cumprindo os prazos estabelecidos. O Metrô realizou vistorias que indicaram o abandono das obras do monotrilho da Linha 17-Ouro. As empresas foram notificadas várias vezes para retomarem os trabalhos, o que não foi cumprido", informa a nota oficial.

    A empresa que ficou em segundo lugar na licitação será procurada pelo governo para saber se ainda tem interesse em assumir as obras da Linha 17.

    Em agosto, a Folha revelou que o governo estadual congelou a construção de 17 de 36 estações dos monotrilhos das linhas 15-prata e 17-ouro. A decisão deixou em aberto as obras de 21,9 km dos 44,4 km prometidos pelo Estado –inclusive para levar a rede sobre trilhos até a favela de Paraisópolis, na zona sul, e Cidade Tiradentes, no extremo leste.

    Alckmin lançou em novembro um novo pacote para concessões de rodovias, aeroportos, metrô e para o sistema de ônibus intermunicipais no valor total de R$ 13,4 bilhões. A gestão tucana incluiu no pacote a concessão da operação da linha 5-lilás do metrô, que atualmente opera entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Ao todo, são 9,3 km de extensão e atende diariamente a cerca de 250 mil pessoas.

    Comparativo dos meios de transporte

    GESTÕES TUCANAS

    O ritmo de expansão do metrô de São Paulo desde 1995, quando o PSDB assumiu o governo do Estado, tem sido tão lento quanto o das gestões anteriores e muito inferior ao de outros países em condições comparáveis.

    Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação apontam que a gestão tucana investiu R$ 30 bilhões em trilhos, trens e estações do metrô nos últimos 20 anos, quando inaugurou 37,2 km de linhas e 27 estações.

    Isso significa uma entrega de menos de 2 km de novas linhas por ano. Trata-se de um valor semelhante ao obtido entre 1974, quando o metrô entrou em operação, e 1994, quando governos da Arena, PDS e PMDB inauguraram 43,4 km e 41 estações.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024