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    Duas jovens relatam estupro em rolezinho no parque Ibirapuera

    RAFAEL RIBEIRO
    DO "AGORA"

    18/01/2016 20h24 - Atualizado às 02h00

    Duas jovens, de 16 e 18 anos, registraram queixa na polícia relatando terem sido vítimas de estupro na tarde e na noite do domingo (17), no parque Ibirapuera (zona sul de SP), quando acontecia o "Rolezinho do Beijo", evento convocado pelas redes sociais. Ninguém havia sido preso até esta segunda (18).

    Em ambos os casos, as vítimas afirmaram à polícia que haviam consumido bebidas alcoólicas. Vídeos na internet mostram adolescentes bebendo sem serem abordados pela Guarda Civil Metropolitana. O rolezinho acontecia na marquise do parque e reuniu cerca de 12 mil pessoas, segundo a prefeitura.

    O primeiro caso aconteceu por volta das 17h40. Uma adolescente de 16 anos afirmou que estava com uma amiga no parque e se encontrou com um homem mais velho, que já conhecia de vista.

    Ele ofereceu vodca e uísque. Depois, segundo o depoimento da garota, ele a levou para uma área perto do portão 3 e a estuprou. Durante o ataque, a jovem conseguiu empurrar o agressor e correu, encontrando a amiga e pedindo socorro à GCM.

    Em depoimento à polícia, a jovem disse que não estava participando do rolezinho.

    Reprodução/TV Globo
    Rolezinho reuniu 12 mil pessoas na marquise do Ibirapuera neste domingo (18)
    Rolezinho reuniu 12 mil pessoas na marquise do Ibirapuera neste domingo (18)

    O outro caso ocorreu por volta das 19h. Uma estudante de 18 anos afirmou à polícia que, após consumir álcool e cocaína, mantinha relações sexuais com um jovem que conhecera no local. Eles estavam na região do portão 6.

    Segundo ela, outros seis homens apareceram e a agarraram, sem que o rapaz que a acompanhava reagisse –ele foi embora com a bolsa da jovem. Os agressores, então, a estupraram por uma hora e meia. Ela aproveitou um momento de descuido para fugir.

    INVESTIGAÇÃO

    A Polícia Civil diz que vai buscar imagens das câmeras do parque para tentar identificar os autores dos estupros.

    A delegada Juliana Romagnoli afirmou que só a jovem de 16 anos foi ouvida e que ela tem condições de identificar o autor. A garota de 18, por estar sob efeito de drogas, disse que não tem como se lembrar do rosto dos agressores.

    A Prefeitura de São Paulo não comentou a ação dos GCMs, e informou que vai dobrar o número de guardas nos turnos da noite aos sábados e domingos, devido ao "grande e inesperado" número de jovens no evento.

    O estudante Darlan Mendes, 26, presidente da Associação Rolezinho, a Voz do Brasil, criticou a ação da GCM. "Assustou a facilidade com que se comprava bebidas." Segundo ele, mais de dez perfis de redes sociais chamaram os jovens para o evento.

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