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    Ibirapuera também registrou arrastão em dia de rolezinho e estupros

    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    21/01/2016 02h00

    Além dos estupros de duas jovens, o parque Ibirapuera também registrou arrastões contra frequentadores no último domingo (17).

    Ao menos oito pessoas foram atacadas dentro do parque por assaltantes que agiam em grupos.

    "Eles atacavam em bando. Agrediam as vítimas, tomavam tudo o que elas tinham e iam embora", afirmou o delegado Márcio de Castro Nilsson, responsável pelo distrito da região.

    O comando da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que classificou os casos como arrastões, atribui o problema de segurança à realização de ao menos dois eventos simultâneos no parque nesse dia: o "rolezinho do beijo" e, ainda, um encontro de youtubers.

    A guarda estima que entre 50 mil e 70 mil pessoas se concentraram no parque no horário de pico na tarde de domingo, diante de um efetivo de apenas 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados.

    "O Ibirapuera é o parque mais seguro de São Paulo, mas esse foi um acontecimento atípico", disse o inspetor Carlos Alberto Souza Matos, responsável pela segurança.

    A Polícia Civil também atribui ao encontro de jovens a explosão de casos de violência nesse dia.

    "Foi uma situação anômala. O evento atraiu gente do bem e gente do mal. Não estou dizendo que foram as pessoas do rolezinho que praticaram os crimes, mas foi criado um ambiente favorável", disse o delegado Nilsson.

    Ele afirmou ainda que foi a primeira vez, em seus cerca de cinco anos na chefia do 36º DP (Vila Mariana), que tomou conhecimento de um estupro dentro do Ibirapuera.

    Reprodução/TV Globo
    Rolezinho reuniu 12 mil pessoas na marquise do Ibirapuera neste domingo (18)
    Rolezinho reuniu 12 mil pessoas na marquise do Ibirapuera no domingo (18)

    DIFICULDADES

    Sobre um dos crimes, em que uma moça de 18 anos denunciou ter sido obrigada a praticar sexo com seis homens, a polícia disse ter dificuldade para esclarecer a autoria porque a vítima afirma não conseguir identificar os agressores.

    Além de traumatizada, a garota estava sob o efeito de drogas (cocaína) e álcool.

    Também não há câmeras de segurança onde a jovem foi atacada –conhecida como bananal, a área é mais afastada e cercada por árvores.

    A jovem relatou que fazia sexo consensual com um frequentador do parque quando os outros homens chegaram.

    Além de não defendê-la, o rapaz ainda levou seu celular quando deixou o local.

    A polícia localizou esse homem, que não teve o nome divulgado. Ele tentava extorquir dinheiro da adolescente para devolver o aparelho. Ele foi indiciado por furto.

    RETRATO

    A polícia divulgou o retrato falado do suspeito do outro estupro, cometido contra uma garota de 16 anos.

    A jovem disse que trocou beijos com um paquera que conhecia de vista. Foram para a mesma área conhecida como bananal. Na hora de ir embora, porém, foi seguida pelo rapaz, que a obrigou a fazer sexo oral.

    Divulgação
    Retrato falado do suspeito de estuprar garota de 16 anos no parque Ibirapuera
    Retrato falado do suspeito de estuprar garota de 16 anos no parque Ibirapuera
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