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    mosquito aedes aegypti

    Governo adia meta de inspecionar todos imóveis contra o Aedes aegypti

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    22/01/2016 17h30

    Sem conseguir visitar 100% dos imóveis do país até o fim de janeiro em ações contra o Aedes aegypti, o governo recuou do prazo que havia anunciado anteriormente. Agora, a nova meta é finalizar o trabalho de combate aos criadouros do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya até o fim de fevereiro.

    Segundo o Ministério da Saúde, a mudança ocorre após atrasos na implantação, nos Estados, das salas de coordenação e controle das ações de combate ao vetor.

    A meta de visitar todos os imóveis do país em uma espécie de "guerra contra o mosquito" havia sido anunciada em dezembro pelos ministros Gilberto Occhi (Integração) e Marcelo Castro (Saúde).

    Dados divulgados nesta sexta-feira (22), no entanto, apontam que 15% dos imóveis do país foram visitados até o momento. Os dados, referentes a 19 Estados, abrangem 7,4 milhões de imóveis.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "São os dados que chegaram. Não significa que somente esse número foi visitado", justifica o secretário-executivo substituto, Neilton Oliveira.

    Ele admite, no entanto, que houve atrasos na organização dos serviços e que a meta não seria atingida. "Houve dificuldade em alguns Estados em estruturar as salas [de coordenação das ações]", disse.

    FORÇA-TAREFA

    Com a revisão da meta, a expectativa é visitar outros 41,8 milhões de domicílios urbanos até o fim de fevereiro. A ação ocorre por meio de uma força-tarefa com equipes do Exército e de agentes de saúde e do controle de endemias.

    Desde dezembro, 14 Estados solicitaram apoio das Forças Armadas para o combate ao Aedes aegypti. Ao todo, 1.837 militares atuam nas ações de eliminação de criadouro.

    Hoje, ao menos 3% dos imóveis visitados têm focos do mosquito Aedes aegypti, segundo Oliveira. A meta é reduzir esse índice para 1% ao término das visitas em fevereiro.

    Um dos impasses, porém, são os imóveis fechados - de acordo com o Ministério da Saúde, 3,96% dos domicílios estavam "lacrados".

    De acordo com Oliveira, alguns Estados já organizam medidas para efetuar o trabalho nestes locais, com o uso de ações judiciais, por exemplo. "O que posso assegurar é que não deixaremos de entrar nesses domicílios", disse.

    A demora em obter resultados no combate ao Aedes aegypti em meio ao aumento de casos de microcefalia em bebês fez com que a presidente Dilma Rousseff convocasse uma reunião com alguns ministros nesta quinta-feira (21). O governo considera que os casos estão relacionados à expansão do vírus zika no país.

    Na ocasião, o governo decidiu iniciar uma campanha nas escolas públicas do país e intensificar a atuação das Forças Armadas no Norte e Nordeste, regiões que concentram o maior número de casos da má-formação.

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