A Polícia Militar diz que vai analisar a conduta de policiais em vídeo que mostra a abordagem a dois jornalistas da Folha, em frente à sede da empresa, no centro da capital paulista, na noite de quinta-feira (21).

Os jornalistas Anna Virginia Balloussier e Rodolfo Viana, da "Ilustrada", foram revistados quando filmavam com celular um grupo que fugia da PM após a manifestação contra a tarifa de ônibus, metrô e trens promovida pelo MPL (Movimento Passe Livre).

Após se identificarem como profissionais da imprensa, tiveram que se ajoelhar, com as mãos na cabeça, para passar por revista. Depois foram liberados.

Segundo nota enviada pela PM nesta sexta-feira (22), "as abordagens ocorreram em um momento em que grupos de vândalos praticavam depredações e crimes". A corporação afirma que esse "procedimento adotado visou diminuir a possibilidade de uma eventual reação e confronto desnecessário".

O protesto contra a alta da tarifa acabou em confusão na praça da República, depois de impasse sobre seu trajeto. A polícia não permitiu que os manifestantes seguissem a rota que eles queriam por não ter sido avisada com ampla antecedência. As ruas por onde a manifestação passaria só foram divulgadas pelo Passe Livre duas horas antes da concentração do ato.

Após garrafas serem atiradas, os PMs dispersaram os manifestantes com bombas de gás e balas de borracha. Houve pelo menos nove feridos, incluindo Avener Prado, repórter fotográfico da Folha, que participava da cobertura jornalística do protesto. Ele foi atingido na perna por uma bala de borracha.

Questionada sobre isso, a PM não respondeu. A corporação também não se posicionou sobre os demais feridos no protesto.