Com o aumento da expectativa de vida e a queda da natalidade, a projeção é que, em 2050, para cada dez jovens, haja 21 idosos em São Paulo. Hoje, a relação é de seis idosos para dez jovens, segundo a Fundação Seade.
"O idoso estará mais próximo da tecnologia e mais ativo politicamente", afirma Marília Berzins, do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (Olhe). "Provavelmente teremos menos festas na madrugada e mais bailes à tarde", diz Bibiana Graeff, professora do curso de gerontologia da USP.
Lúcia França, autora de "O Desafio da Aposentadoria" (ed. Rocco) diz que a educação deverá ser mais incentivada para manter os novíssimos idosos competitivos para o mercado profissional. Em 2030, 20% dos paulistanos terão mais de 60 anos.
Problemas de saúde, mais comuns nessa fase da vida, devem colocar maior pressão sobre o sistema municipal.
O menor número de filhos e a redução do tamanho das moradias também poderá obrigar o Estado a ampliar os cuidados com os idosos, afirma Guiomar Lopes, coordenadora de políticas para idosos da prefeitura.
Mesmo assim, o envelhecimento ainda não é uma preocupação para o poder público nem para entidades privadas, criticam os especialistas ouvidos pela Folha.
A má qualidade do transporte público lidera as reclamações entre os idosos atualmente, segundo Lopes. Para a coordenadora municipal, "estamos correndo contra o tempo" na preparação da cidade para a mudança.
"São Paulo não é acolhedora para jovens e adultos, imagina para os mais velhos. Se continuar assim, fará dos idosos reféns de suas próprias casas", diz Marília Berzins, do Olhe.