Foram apenas cinco anos vividos no Japão, antes de sua chegada ao Brasil, mas Guensiki Mizoguti sempre se esforçou para manter a cultura japonesa viva em sua família.
Ensinou o idioma às gerações seguintes e nunca deixou faltarem livros japoneses. Além disso, presidiu a associação da comunidade japonesa e arrecadou pessoalmente objetos para o Museu Histórico da Comunidade Japonesa, hoje parte do Museu Histórico e Arqueológico de Lins (a 431 km de São Paulo).
Assim como muitos japoneses, os pais de Guensiki chegaram ao país, na década de 1920, em busca da riqueza prometida em propagandas do governo brasileiro. Estabeleceram-se no interior paulista, trabalhando nos cafezais.
Guensiki deixou a agricultura para estudar contabilidade em São Paulo, mas, assim que concluiu o curso, decidiu retornar ao interior e ao ofício. Com o tempo, comprou seu próprio sítio e trocou o café pelas frutas.
Sempre bastante rigoroso, tinha a educação como um lema. Repetia aos filhos que herança em dinheiro seria perdida, mas em estudo nunca seria tirada deles. "A gente cresceu cercado por livros. Só rico tinha enciclopédia na época, mas nós tínhamos três", brinca a filha Beatriz.
Mas os livros não eram só para os filhos. Guensiki já tinha o hábito da leitura. Primeiro foram os grande clássicos, mas depois foi apresentado à poesia. Encantado, entrou para um clube voltado ao gênero, onde, além de ler poemas, passou a escrevê-los.
Morreu dia 18, aos 93, devido a um câncer. Deixa filhos, 14 netos, cinco bisnetos, duas irmãs e sobrinhos.
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MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ
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