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    mosquito aedes aegypti

    Obama reage ao zika e Europa orienta grávidas a evitar Brasil

    DE WASHINGTON
    DO RIO
    DA ENVIADA ESPECIAL A QUITO

    28/01/2016 02h00

    A preocupação crescente nos Estados Unidos de que o vírus zika se espalhe pelo país levou o presidente Barack Obama a convocar assessores de saúde e segurança nacional e pedir pressa no desenvolvimento de uma vacina.

    Transmitido pelo Aedes aegypti, o vírus também levou os governos de ao menos outros cinco países e a União Europeia a recomendarem que mulheres considerem adiar viagens às cidades brasileiras e a outros países expostos.

    Zika pelo mundo

    Com epicentro no Brasil, o zika é apontado como possível causa de 3.448 casos suspeitos de microcefalia (má-formação cerebral) em bebês no país, além de outros 270 confirmados. Deverá atingir quase todo o continente americano, conforme alerta da Organização Mundial da Saúde.

    Nos EUA, a mobilização de Obama ocorre em meio ao alerta de propagação do vírus difundido com destaque nos principais jornais americanos e redes de TV como a CNN.

    No encontro com as autoridades de saúde, Obama "enfatizou a necessidade de acelerar os esforços de pesquisa" a fim de desenvolver uma vacina contra o zika, diagnósticos e tratamentos, informou um comunicado distribuído pela Casa Branca.

    O governo brasileiro está negociando com os EUA para desenvolver a vacina contra o zika, mas a solução é tida como de longo prazo.

    Além dos Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Alemanha, o Canadá, a Austrália e o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças já emitiram alertas para que gestantes evitem viajar ao Brasil em razão do risco de exposição ao vírus zika.

    Na última segunda (25), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, chegou a dizer que o Brasil estava perdendo "feio" na batalha ao Aedes aegypti, que transmite tanto zika como dengue e chikungunya.

    Em evento no Equador nesta quarta (27), a presidente Dilma Rousseff negou.

    Ela afirmou ter proposto aos 33 países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos uma ação de cooperação no combate ao zika e anunciou que os ministros da Saúde do Mercosul se reunirão para tratar do assunto na próxima semana.

    Segundo a OMS, o zika já está presente em 22 dos 55 países e territórios das Américas. Nos Estados Unidos, o vírus foi identificado em Nova York e no Havaí -neste último, foi confirmada a primeira ocorrência de microcefalia relacionada ao agente no país. A paciente infectada esteve no Brasil em 2015.

    Casos de microcefalia - Distribuição dos casos notificados até 23 de janeiro de 2016

    OLIMPÍADA

    Várias companhias aéreas anunciaram que irão reembolsar grávidas que queiram desistir de voos marcados para países onde há incidência do vírus. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) ampliou para 24 sua lista de países e territórios para os quais gestantes devem evitar viagens, como o Brasil.

    O país tem sido particularmente citado nas conversas devido à proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio. O Comitê Olímpico dos EUA afirmou à Folha que está "monitorando a situação de perto".

    Nas recomendações emitidas por consulados europeus às gestantes, a orientação é que, caso a viagem seja inevitável, elas consultem um médico antes de embarcar.

    Apenas no Estado do Rio, que sediará os Jogos Olímpicos em agosto, foram registrados 171 casos de microcefalia de 1º de janeiro de 2015 a 26 de janeiro de 2016.

    O Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês) recomendou que mulheres grávidas "considerem com cuidado" os riscos de viajar para a Olimpíada.

    Ele disponibilizará repelente a todos os atletas e os aconselhou a vestir camisas de manga comprida.

    MICROCEFALIA POR ZIKA - Casos suspeitos e confirmados no Brasil*

    MARCELO NINIO, LUIZA FRANCO, LUCAS VETTORAZZO E ISABEL FLECK

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