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    Após assassinato de policial, 10 são mortos e 15 feridos em Londrina (PR)

    JULIANA COISSI
    DE CURITIBA

    30/01/2016 13h08

    Depois da morte de um policial militar, no final da tarde de sexta-feira (29), outras 10 pessoas foram assassinadas a tiros em uma série de ataques entre a noite e a madrugada deste sábado (30) em Londrina, no norte do Paraná. Outras 15 pessoas também ficaram feridas com os disparos. A polícia não comentou se há relação entre os assassinatos, mas não descarta haver participação de policiais nos crimes.

    O secretário da Sesp (Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária), Wagner Mesquita, afirmou em entrevista neste sábado que nenhuma linha de investigação é descartada, inclusive a hipótese de policiais serem autores dos homicídios. Se houver a confirmação, segundo o secretário, eles serão punidos.

    Por outro lado, as mortes aconteceram após uma sequência de ataques a policiais militares neste início de ano. Foram cinco mortos e dois feridos, segundo a Sesp. Já entidades que representam policiais falam em seis mortos, alguns em folga, e quatro feridos.

    A série de assassinatos dos últimos dois dias começou com a morte do policial militar Cristiano Luis Botino, 34. Ele foi baleado por volta das 20h de sexta na zona norte da cidade, chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu. O corpo do PM foi velado pela manhã no 5º Batalhão da PM de Londrina.

    Os outros mortos, todos de aparência jovem, um deles uma mulher, foram assassinados a tiros, segundo o IML (Instituto Médico Legal). Todos foram mortos em Londrina, com exceção de uma das vítimas, baleada em Ibiporã, cidade vizinha.

    Mais cedo, o IML informou que 11 pessoas, além do policial, haviam sido mortas, mas corrigiu o número para dez nesta tarde.

    Os corpos começaram a chegar na madrugada, e a equipe do IML passou o dia prestando atendimento às famílias das vítimas.

    MAIS DE 30 TIROS

    Vestígios da dezena de assassinatos está nos vidros e paredes das casas, com marcas dos tiros. Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo, testemunhas disseram que, em alguns dos locais, foram mais de 30 tiros, que teriam sido disparados por homens vestidos de preto, com coletes, que haviam chegado e depois fugiram em carros.

    Nem o secretário nem a Polícia Civil deram detalhes de quem seriam os mortos e por quais motivos eles teriam sido assassinados.

    Até o último ataque a um PM, na segunda-feira (25), a secretaria vinha afirmando que não havia uma conexão entre os casos e que se tratava de ações pontuais. Já neste sábado, o secretário Wagner Mesquita disse que a morte de Botino e o ataque de segunda, no qual o policial ficou ferido, podem, sim, estar relacionados.

    Já para Orélio Fontana Neto, presidente da Apras (Associação dos Praças do Estado do Paraná), a morte e a agressão de PMs estão, sim, ligadas entre si. Ele acredita que se trata de uma ação orquestrada por grupos criminosos. Uma série de alertas circulam em redes sociais, segundo ele, para deixar atentos policiais sobre novos ataques.

    E, em meio aos assassinatos, na madrugada, houve ainda a fuga de sete detentos da Casa de Custódia de Londrina. O secretário diz não ver relação entre a fuga e os casos.

    Pela manhã, em nota, a secretaria disse que determinou "empenho máximo e rigor das equipes policiais civis e militares" na apuração das mortes. Disse ainda que houve reforço do efetivo policial, com equipes do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais).

    Imagens de câmeras de segurança dos locais próximos aos crimes serão analisadas, diz a nota. "A Polícia Civil está trabalhando intensamente nas investigações para dar uma resposta à população."

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