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    Câmara na Paraíba compra bafômetro para pôr ordem na Casa

    DANIELE BELMIRO
    DE SÃO PAULO

    03/02/2016 15h56

    Para evitar os tumultos recorrentes registrados durante as sessões parlamentares de Piancó, no sertão da Paraíba, o presidente da Câmara Municipal decidiu submeter os vereadores da Casa ao teste do bafômetro.

    O kit que mede a concentração de álcool etílico no sangue custou R$ 1.605 e não chegou a ser usado, segundo a assessoria da Câmara, que não soube dizer de onde saiu o dinheiro para a aquisição.

    Mas, segundo a assessoria, a ameaça foi suficiente para intimidar os parlamentares, que não voltaram a chegar bêbados no trabalho desde que o aparelho foi adquirido, em dezembro de 2015.

    O comportamento dos vereadores tem mudado. Em uma sessão, eles se comprometeram a não causar mais tumultos, para que o povo tivesse outra visão a respeito da Câmara, ainda segundo a assessora de imprensa da Casa.

    A medida extrema foi adotada para tentar mudar a imagem desgastada do Legislativo da cidade, que a população de Piancó, cidade de 16 mil habitantes, chama de "cabaré". Discussões "acaloradas", em que os vereadores davam sinais de embriaguez, eram registradas em pelo menos três das quatro sessões mensais da Casa.

    Também está sendo cobrado respeito aos horários de início das sessões, e o vereador que se exaltar terá a palavra cassada.

    O presidente da Câmara, Pedro Aureliano da Silva (PMDB), relatou a uma rádio local nesta terça-feira (2) que alguns dos 11 vereadores de Piancó iam para o plenário embriagados e que, em uma ocasião, chegaram a levar uma garrafa de uísque.

    O uso do bafômetro na Câmara Municipal de Piancó não chegou a ser regulamentado. A intenção inicial do presidente era que a assessoria jurídica da mesa diretora elaborasse uma resolução para mudar o regimento da Casa, permitindo que o teste pudesse ser realizado. Como sanção, o parlamentar que estivesse alcoolizado não teria direito a voz e voto no plenário.

    No entanto, como a situação já está normalizada, Silva estuda agora doar o aparelho à Polícia Rodoviária Federal ou à Polícia Militar.

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