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    BBC

    Nova pesquisa de agência americana reforça elo entre zika e microcefalia

    DA BBC BRASIL

    11/02/2016 08h37

    Luis Robayo - 10.fev.2016/AFP
    Pesquisa americana analisou mortes de dois bebês brasileiros
    Pesquisa americana analisou mortes de dois bebês brasileiros

    Uma das maiores autoridades de saúde dos Estados Unidos afirmou ter sido encontrada a "evidência mais forte até agora" do efeito do vírus da zika em bebês em gestação. Tom Frieden, chefe do CDC (sigla em inglês para Centro de Controle de Doenças), falava a políticos em Washington.

    Por sua vez, a OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda não confirma a ligação do vírus da zika com a microcefalia. Frieden disse que dados de casos de duas crianças do Brasil, que morreram logo após o nascimento, indicaram que o vírus passou das mães para os filhos. Porém, ele disse que a conexão suspeita ainda não foi definida.

    Atualmente, o Ministério da Saúde investiga 3.670 casos suspeitos de microcefalia –quando a criança nasce com um cérebro de tamanho menor que o normal. Cerca de 400 foram confirmados e 700, descartados.

    Frieden disse que pesquisas intensivas estão sendo realizadas para descobrir mais sobre o vírus e desenvolver uma vacina contra ele –embora ela possa virar realidade apenas daqui a muitos anos. "Nós provavelmente veremos números significantes de casos de zika em Porto Rico e outros territórios americanos", afirmou Frieden.

    Ele afirmou que o CDC garantirá recursos para os Estados americanos combaterem o mosquito transmissor. Também nesta quarta-feira (10), a OMS, que classificou a epidemia da zika como uma "emergência global de saúde pública", elaborou orientações para que as mulheres se protejam contra o vírus.

    MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

    O organismo afirmou que até que se saiba melhor se o contato sexual pode transmitir o vírus "todos os homens e mulheres que vivem ou retornaram de uma área onde o zika está presente –especialmente mulheres grávidas e seus parceiros– devem receber orientação dos riscos potenciais de transmissão sexual e adotar práticas sexuais seguras".

    "Isso inclui o uso correto e consistente de camisinhas, um dos mais efetivos métodos de proteção contra todas as infecções transmitidas sexualmente", afirmou a OMS.

    O uso de métodos contraceptivos é uma assunto polêmico na América Latina devido ao posicionamento contrário da Igreja Católica. Uma organização liberal católica –Católicos por Opção– pediu ao papa Francisco para deixar claro que as mulheres da América Latina devem ser capazes de seguir sua consciência sobre métodos contraceptivos e aborto. O pontífice deve visitar o México nesta semana.

    A OMS disse que não recomendou restrições a viagens para as áreas afetadas, mas alertou que mulheres grávidas ou que pretendem engravidar procurem orientação médica antes de viajar para áreas onde a zika está presente.

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