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    Crise da água

    Após dez meses, Cantareira volta a ser a principal fonte de água em SP

    EDUARDO GERAQUE
    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    12/02/2016 12h30 - Atualizado às 23h19

    O sistema Cantareira de represas, maior vítima da seca que atingiu São Paulo, voltou a ser, após dez meses, a principal fonte de abastecimento da região metropolitana.

    Ele havia perdido esse posto em março de 2015 para as represas do Guarapiranga (zona sul). Devido do risco de colapso no Cantareira, parte da população teve que ser socorrida por outros reservatórios.
    Agora, com as chuvas intensas nos últimos meses e algumas obras, esse cenário foi parcialmente revertido.

    População atendida pelo sistema Cantareira - Em milhões

    Em janeiro de 2016, conforme balanço da Sabesp -estatal ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB)-, 5,7 milhões de paulistas foram abastecidos pelo Cantareira, contra 5,2 milhões pelo Guarapiranga.

    Mesmo assim, a quantidade de moradores atendidos pelo Cantareira ainda é muito abaixo da do período anterior à crise hídrica -quando ele foi responsável por 8,8 milhões de pessoas, quase metade da região metropolitana.

    Infográfico: Reservatórios da Grande SP

    A estiagem fez com que a quantidade de água do reservatório caísse vertiginosamente. O leque de bairros atendidos pelo sistema foi reduzido e a população abastecida por ele se limitou a 5,3 milhões.

    Outros mananciais passaram a abastecer os moradores que ficaram sem a água do Cantareira. O Guarapiranga, que antes da crise atendia 3,9 milhões de pessoas, passou a ter sua clientela aumentada, até superar 5 milhões.

    Produção de água do sistema Cantareira - Em litros/s

    Para fazer essas manobras, a Sabesp teve que acelerar obras de interligação entre os mananciais e ampliar a capacidade de algumas estações de tratamento. Muitas das ações constavam em planos de segurança hídrica da região feitos havia vários anos.

    A entrega das obras e principalmente as chuvas que voltaram aos padrões esperados nos últimos meses fizeram com que o Cantareira deixasse de ser dependente do volume morto -porção de água dos fundos das represas bombeada emergencialmente.

    Para se ter uma ideia, o sistema que chegou a ter 5% de sua capacidade, atualmente tem 36,9% -já contabilizando o seu volume morto.

    População atendida pelos sistemas - Em milhões

    TORNEIRA ABERTA

    A melhora do nível do Cantareira fez com que a Sabesp abrisse a torneira do reservatório e voltasse a fornecer água para mais pessoas.

    Apesar da melhora, especialistas afirmam que a situação dos mananciais está muito longe de ser confortável.

    Prova disso é que milhares de pessoas ainda sofrem diariamente com o racionamento (entrega controlada de água) da Sabesp na Grande São Paulo, embora o efeito das torneiras secas tenha diminuído de intensidade nos últimos dois meses.

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