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    Paraquedista morre após bater em outro durante queda livre em Boituva

    FERNANDO ITOKAZU
    DE SÃO PAULO

    12/02/2016 14h00

    Um paraquedista morreu após chocar-se no ar com outro nesta sexta-feira (12) em Boituva (a 117 km de São Paulo), região considerada polo do paraquedismo. Os dois paraquedistas eram pilotos de avião. Amilton Pinto Vieira, 38, foi encontrado morto. René Simenauer, 41, foi resgatado consciente, mas desorientado, e foi transferido para Sorocaba (a 99 km de São Paulo).

    Segundo o boletim de ocorrência, três paraquedistas realizavam movimentos aéreos de cabeça para baixo. Um quarto registrava os movimentos em vídeo longe dos demais. Quando os três se preparavam para sair da formação, um deles saiu antes e bateu em outro quando tentava voltar ao encontro do grupo.

    Após o choque, o dispositivo de abertura automática dos paraquedistas foi acionado e liberou os paraquedas reservas.

    De acordo com o responsável-técnico da atividade geral da área de Boituva, Pedro Henrique Hilu, as vítimas eram paraquedistas experientes e praticavam a modalidade free-fly, que consiste em fazer evoluções e manobras em queda livre. O local ficará fechado até a conclusão das investigações.

    Para praticar essa modalidade é preciso ter, no mínimo, 250 saltos. A área de paraquedismo de Boituva tem 27 escolas, funciona desde 1968 e abriga cerca de 15 mil saltos por mês. Boituva recebe saltadores amadores e profissionais, além de realizar campeonatos internacionais da modalidade.

    OUTROS CASOS

    Em junho de 2015, o paraquedista profissional Cláudio Knippel morreu durante treinamento após chocar-se no ar com outro paraquedista, desmaiar e cair em queda livre também em Boituva.

    Knippel era considerado um dos melhores paraquedistas da modalidade freefly. Ao chocar-se com um colega, ficou inconsciente, caiu em um canavial e morreu na hora.

    Reprodução
    Paraquedista Claudio Knippel morre após se chocar com outro em Boituva (SP)
    Paraquedista Claudio Knippel morre após se chocar com outro em Boituva (SP)

    Na ocasião, o presidente da Confederação Nacional de Paraquedismo, Luiz Cláudio Santiago, apontou uma sucessão de erros no salto, sobretudo, a ausência de um equipamento obrigatório desde dezembro de 2014, o DDA (Dispositivo de Acionamento Automático).

    Em agosto de 2012, um homem ficou ferido durante tentativa de aterrissagem em uma estrada próxima ao município de Boituva. O paraquedista saltou do Centro Nacional de Paraquedismo e usava uma roupa modelo "wingsuit" –uma espécie de macacão com asas muito comum para voos de alta performance. Ele caiu no acostamento da estrada que liga as regiões de Boituva e Iperó fraturando as pernas e o braço, e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

    Reprodução/TV Globo
    O paraquedista Alex Adelman, que morreu anteontem após ser atingido por um avião durante um salto
    O paraquedista Alex Adelman, que morreu após ser atingido por avião durante salto em Boituva

    No dia 9 de julho, o paraquedista Alex Adelman morreu depois de ser atingido pelo próprio avião em que realizou o salto em Boituva.

    Na ocasião, o Corpo de Bombeiros informou que o paraquedista filmava o salto de dois colegas quando foi atingido pelo avião, de pequeno porte. Em queda, chocou-se com Wanderson Carlos Campos de Andrade, 32, e Conrado Alvares Everton, 35, que tiveram fraturas nas pernas. Os dois faziam um salto duplo –num mesmo paraquedas– como parte de um treinamento.

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