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    mosquito aedes aegypti

    Fiocruz e Butantan devem disputar fundo de R$ 45 mi para estudar zika

    ISABEL FLECK
    DE SÃO PAULO

    13/02/2016 02h00

    A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Butantan deverão disputar, ainda neste semestre, um fundo de € 10 milhões (cerca de R$ 44,9 milhões) da Comissão Europeia para estudos relacionados ao vírus da zika.

    À Folha, a Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, confirmou que participará de um consórcio com institutos de pesquisa de pelo menos dez países, liderados por uma instituição francesa. O Butantan, ligado ao governo paulista, disse estar avaliando propostas de redes europeias.

    Segundo o embaixador João Cravinho, chefe da delegação da União Europeia no Brasil, o grupo contemplado poderá tanto desenvolver pesquisas na área de vacina contra o vírus como estudar a ligação entre a zika e a microcefalia e formas de contágio.

    "Toda a parte de zika e microcefalia, por exemplo, precisa de muita investigação. Na parte da propagação da zika, o que temos até agora são muitos rumores. Tudo isso precisa de conhecimento aprofundado", afirmou Cravinho.

    Segundo o chefe da delegação, um dos objetivos do fundo é estimular a partilha de conhecimento entre diferentes institutos sobre um assunto sobre o qual pouco se sabe. "Identificamos como um dos problemas do momento a falta de integração do conhecimento."

    O edital para projetos será lançado em 15 de março, e os consórcios -que devem ter ao menos duas instituições europeias- terão até 28 de abril para apresentarem suas propostas de pesquisa. A escolha seguirá critério científico e deve ser anunciada em maio.

    O diretor do Instituto Oswaldo Cruz, Wilson Savino, que é membro do gabinete de enfrentamento à emergência de saúde pública da Fiocruz, disse que a instituição já convidou, com sucesso, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Universidade Federal Fluminense para participarem do consórcio.

    "A Fiocruz está profundamente envolvida num projeto que será capitaneado por uma instituição francesa e deverá envolver vários países europeus e latino-americanos", disse Savino.

    O diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, confirmou ter recebido também propostas de institutos europeus. A intenção do Butantan é realizar pesquisas nas áreas de vacina e diagnóstico sorológico.

    "Estamos tendo propostas de projetos de redes europeias e estamos avaliando o que é mais interessante", afirmou.

    O embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, disse à Folha que seu país prepara uma proposta que inclui o Instituto Pasteur. "Temos muitas reuniões para ver como usar a experiência que já temos com os nossos institutos para colaborar com o Brasil. (...) Estamos mobilizados para trabalhar juntos."

    Em nota, o Ministério da Ciência e Tecnologia diz participar da articulação "de um consórcio de instituições brasileiras em parceria com instituições europeias". Afirma que isso "poderá beneficiar o desenvolvimento científico e tecnológico nacional, particularmente neste momento em que são necessários novos estudos para o entendimento da epidemia de zika".

    Vírus da zika

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