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    Serial killer de Goiás é condenado a 20 anos de prisão por morte de estudante

    DE SÃO PAULO

    16/02/2016 13h29 - Atualizado às 15h26

    Suspeito de ter matado 39 pessoas em Goiás, o ex-vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 27, foi condenado nesta terça (16) a 20 anos de prisão pelo assassinato da estudante Ana Karla Lemes da Silva.

    É o primeiro julgamento de Rocha, que confessou as 39 mortes –entre as vítimas, moradores de rua e 15 mulheres, que tinham de 13 a 29 anos de idade. Ele está preso desde 14 de outubro de 2014.

    A sessão do 2º Tribunal do Júri de Goiânia, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, começou às 8h50. Durante toda a manhã houve movimento intenso de estudantes e da imprensa no local.

    O assassinato de Ana Karla, com um tiro no tórax, ocorreu em 15 de dezembro de 2013, em Goiânia. Em depoimento à Polícia Civil, Rocha identificou a estudante de 15 anos como sua 16ª vítima.

    Os jurados consideraram que o réu cometeu homicídio duplamente qualificado, ao matar a jovem "por motivo torpe e com utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima".

    No julgamento, o promotor Cyro Terra argumentou que o réu "tem o perfeito domínio das suas vontades".

    Os advogados de defesa afirmaram que Rocha deve ser condenado, já que as provas de autoria do crime são evidentes, e disseram que só lhes resta tentar reduzir a pena.

    Para isso, alegam perturbação da saúde mental. Segundo a defesa, o acusado entende o "caráter ilícito de sua conduta", mas não é capaz de controlar suas ações.

    Em fevereiro de 2015, a Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás divulgou um laudo que aponta o ex-vigilante como psicopata, mas plenamente capaz de responder pelos seus atos.

    Durante o julgamento, o ex-vigilante disse ao juiz que não se lembrava de ter cometido o crime e que não se considerava um assassino em série. Ele pediu perdão à mãe da vítima e afirmou que não teve intenção de fazer mal a ninguém, e que foi como se outra pessoa "tomasse seu corpo" no momento do assassinato.

    Anteriormente, o acusado tinha afirmado que cometeu os crimes por influências de vozes, que não sabia de onde vinham.

    Após pronúncia da sentença, o promotor afirmou que o Ministério Público de Goiás vai protocolar um recurso para aumentar a pena. O advogados de defesa do réu também anunciaram que vão recorrer da decisão, para que a pena seja reduzida.

    Ao todo, foram abertos 35 inquéritos de assassinato contra Rocha. O réu irá a júri por 30 deles, que tiveram decisão de pronúncia. Nos outros cinco, foi concluído que não havia elementos suficientes para a acusação.

    O próximo julgamento está previsto para o dia 8 de março, pelo assassinado de Juliana Neubia Dias.

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