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    mosquito aedes aegypti

    Ministério diz que maioria das mães de bebês com microcefalia teve zika

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    17/02/2016 13h36 - Atualizado às 19h10

    Associated Press
    O mosquito Aedes aegypti
    O mosquito Aedes aegypti, transmissor de várias doenças

    O Ministério da Saúde decidiu mudar o modelo de divulgação dos casos confirmados de microcefalia no país. Até a última semana, a pasta divulgava, entre o total de casos de bebês que tiveram o quadro confirmado após exames, o número daqueles que tiveram resultado positivo para infecções pelo vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

    Agora, o ministério informa que deixará de especificar os casos com diagnóstico laboratorial para o vírus nos boletins com números atualizados, por considerar "que houve infecção pelo zika na maior parte das mães" desses bebês.

    Microcefalia e zika nos Estados

    A mudança aparece já no boletim desta quarta-feira (17), que mostra que, desde outubro, quando a pasta iniciou as investigações, já foram confirmados 508 casos de bebês com microcefalia e outras má-formações congênitas no país.

    São casos em que exames apontam, em geral, uma má-formação no cérebro dos bebês possivelmente associada a uma infecção congênita (transmitida de mãe para filho). Relatório anterior, divulgado na última semana, apontava 462 casos –destes, 41 já tinham resultado positivo para o vírus zika.

    Casos de microcefalia no Brasil

    Questionada, a pasta informa que a decisão por não divulgar os casos confirmados em exames como relacionados ao zika ocorre devido a mudanças no protocolo de notificação dos casos, feitas após consultas a especialistas.

    Em nota, o Ministério da Saúde diz que a mudança ocorreu porque os casos já com confirmações para zika "não representam, adequadamente, o número de casos observados (magnitude)". Seriam, assim, em valor maior, estima a pasta.

    Segundo o ministério, todos os casos de microcefalia têm sido submetidos a exames. "Uma proporção muito pequena desses casos, após seguimento e análises específicas, é confirmada para outras causas", informa a nota. Questionada, a pasta não informou qual o número de casos confirmados de microcefalia como associados a outras infecções congênitas que não o zika. Entre as infecções conhecidas e que podem causar microcefalia estão sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.

    Microcefalia

    CASOS EM INVESTIGAÇÃO

    Além dos casos já confirmados, o Brasil investiga ainda outros 3.935 casos de bebês com suspeita de microcefalia e outras má-formações. Deste total, 60% são casos notificados em 2015, e 40% neste ano. Os casos de microcefalia em investigação abrangem 24 Estados e o Distrito Federal. Até o momento, apenas Amazonas e Amapá não tiveram registros.

    Outros 837 casos suspeitos chegaram a ser notificados pelos Estados ao Ministério da Saúde desde outubro, mas foram descartados. A classificação ocorre após exames nos bebês apontarem resultados normais ou a ocorrência de microcefalia associada a causas não infecciosas, como fatores genéticos e uso de drogas na gravidez.

    O balanço do Ministério da Saúde também aponta um crescimento no número de mortes em investigação de bebês com suspeita de microcefalia e outras má-formações.

    Ao todo, 108 mortes já foram notificadas, um aumento de 18,7% em relação à última semana, quando havia 91 registros em investigação. As mortes ocorreram após o parto ou durante a gestação.

    Entre os casos, 27 são de bebês que tiveram a má-formação confirmada após exames. Outros 11 foram descartados e 70 continuam em investigação.

    Ainda em nota, o Ministério da Saúde diz que "participa e apoia todo o esforço nacional e internacional para melhor compreensão dessa nova doença e que está trabalhando para aprimorar os métodos de diagnósticos, além de fortalecer a assistência às crianças e famílias afetadas".

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

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