• Cotidiano

    Thursday, 02-May-2024 12:16:56 -03

    mosquito aedes aegypti

    Bairro visitado por Haddad em ação contra mosquito tem até pia em rio

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    19/02/2016 02h00

    No último sábado, a comitiva do prefeito Fernando Haddad (PT) passeou pelas ruas de Guaianases, no extremo leste de SP, numa ação de conscientização de combate ao mosquito Aedes aegypti.

    Junto com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, e o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, Haddad anunciou até o uso de drones para encontrar focos do transmissor da dengue, chikungunya e do vírus da zika.

    Mas, passada a comitiva, não é preciso nenhuma tecnologia para ver os inúmeros locais que abrigam potenciais criadouros por ali.

    Em diversas esquinas há pontos de descarte de entulho e lixo. Em todos, potes de plásticos e pneus acumulam água das chuvas dos últimos dias.

    Diversas praças têm copos descartáveis cheios de água abandonados em meio ao mato alto. "As pessoas do próprio bairro jogam lixo, as borracharias jogam os pneus. Então, fica difícil", relata o comerciante Marcos da Silva, 32.

    A doméstica Ruth dos Santos, 60, que tem um pneu cheio de água na esquina de casa, também reclama dos vizinhos que deixam o lixo na rua. "As pessoas acham que esse mosquito é brincadeira".

    Perto dali, no entorno do CEU Jambeiro –onde, no sábado, a comitiva de políticos iniciou sua caminhada pelo bairro–, o leito do córrego Itaquera-Mirim também está cheios do dejetos.

    Outros pneus, potes plásticos e até uma pia foram arrastados pela mais recente enxurrada. "Isso é uma vergonha", conta o mecênico João Rodrigues, 57, que trabalha em frente ao córrego.

    Rodrigues conta que, além dele, seus dois filhos contraíram dengue em agosto de 2015. "Eu já reclamei com a prefeitura um monte de vezes. O ideal é tirar isso daqui", diz apontando para o lixo.

    Na rua Professor Francisco Russo, onde Haddad viu o lançamento de fumaça com inseticida, a comerciante Vera Cristina Cipriano, 44, reclama de casas abandonadas ou fechadas que não receberam visitas de agentes de saúde.

    "Aqui na rua, uma das casas está fechada há anos e a vizinha teve dengue", conta.

    Para o cabeleireiro Eduardo Soares,um dia de fumacê no bairro não mudará a incidência do mosquito. "Tem que vir aqui e jogar inseticida sempre para o pessoal entender que o assunto é sério."

    Nesta sexta (19), o prefeito e secretários voltam a repetir o dia de mobilização, desta vez em Aricanduva, na zona leste de São Paulo.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024