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    mosquito aedes aegypti

    Fala de papa sobre contraceptivo ainda não é norma, diz CNBB

    RODRIGO RUSSO
    DE SÃO PAULO

    20/02/2016 02h00

    Alan Marques-18.fev.2015/Folhapress
    Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB
    Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB

    Ainda é preciso aguardar que a declaração do papa Francisco sobre a possibilidade de uso de contraceptivos diante do surto do vírus da zika no país se torne de fato norma católica. Essa é a avaliação de dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

    Apesar de a Igreja rejeitar historicamente métodos contraceptivos, Francisco afirmou nesta quinta-feira (18) que "evitar a gravidez não é um mal absoluto". Ele deixou claro que há uma diferença moral entre abortar e prevenir uma gravidez. O vírus da zika em gestantes tem sido associado por estudos ao aumento dos casos de microcefalia (má-formação no cérebro de bebês).

    Alessandro Di Meo/AFP
    Papa Francisco fala com jornalistas durante voo do México para a Itália
    Papa Francisco fala com jornalistas durante voo do México para a Itália

    Em entrevista à Folha nesta sexta (19), dom Leonardo afirmou que o papa "não nos deu norma, não dá indicações, mas observa a questão e mostra que contracepção não é crime, e sim um mal menor. O aborto, sim, o papa deixa claro que é crime. A CNBB está muito atenta ao que o papa diz".

    Para o secretário-geral da CNBB, a parte mais relevante das declarações de Francisco é o momento em que exorta a comunidade científica a fazer tudo para buscar vacinas contra os mosquitos que transmitem a doença.

    "Essa é uma preocupação muito grande, e reforçar a pesquisa nos parece vital. Veja o caso do vírus ebola, em que houve união da comunidade internacional e logo foi desenvolvida uma vacina", disse dom Leonardo. No Brasil, há 508 casos de microcefalia já confirmados desde outubro e 3.935 investigados, segundo o governo.

    Dom Leonardo afirmou também que "temos insistido nas comunidades em que atuamos sobre a necessidade de ações de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. Temos que arregaçar as mangas". O secretário-geral da CNBB destacou ainda a Campanha da Fraternidade deste ano: o acesso ao saneamento básico no país.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Saiba mais sobre o _Aedes aegypti_, transmissor da dengue, do vírus da zika e da chikungunya
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