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    Num mesmo dia, cinco corpos são achados carbonizados em Porto Alegre

    VENCESLAU BORLINA FILHO
    DE CAMPINAS

    20/02/2016 15h33

    Em menos de 24 horas, entre a madrugada e a tarde desta sexta-feira (19), cinco homens foram encontrados mortos com parte dos corpos carbonizados e com sinais de tortura, em bairros das zonas norte e sul de Porto Alegre (RS).

    O diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Paulo Rogério Grillo, afirmou que a polícia trabalha com a hipótese de assassinatos cometidos por facções ligadas ao tráfico de drogas.

    Em um dos casos, um dos dois corpos estava com a inscrição "X-9" nas costas –termo usado entre os criminosos para "dedo-duro". Uma denúncia anônima levou os policiais da Brigada Militar a encontrar os corpos.

    As vítimas foram encontradas amarradas e com fios no pescoço, o que indica a morte por asfixia, numa área do bairro Rubem Berta, na zona norte. A perícia ainda vai identificar possíveis sinais de tortura sofrido pelas vítimas .

    Outro caso ocorreu no morro da Embratel, área reconhecida pela desova de corpos, na zona sul. Duas pessoas também estavam amarradas, uma de costas para a outra, com sacos na cabeça e partes do corpo queimadas.

    Já o terceiro caso, na madrugada de sexta, o corpo de um homem foi encontrado carbonizado debaixo de uma árvore no bairro Humaitá, na zona norte da capital gaúcha. O IML (Instituto Médico Legal) trabalha na identificação das vítimas.

    CRUELDADE

    De acordo com o diretor do DHPP, as mortes tiveram requintes de crueldade, sinais de tortura e tentativa de carbonizar os corpos. Isso pode significar, segundo Grillo, um "recado" das facções para quem tenta fugir às regras impostas pelo crime.

    "Nós não tínhamos casos de carbonização. Isso pode demonstrar maior crueldade das facções", disse o delegado. "Os grupos se aliam e separam, buscando os melhores acordos. Com isso, podem surgir disputas e rixas", completou.

    Ele afirmou que o tráfico tem apresentando crescimento no Rio Grande do Sul e apontou a facilidade de obter drogas e armas como potenciais para o crime. "Além disso, temos o problema prisional, que infla o tráfico nas ruas", disse.

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