Tirolesa, playground, arvorismo e casa na árvore. Pode parecer a descrição de um parque de diversões, mas esses itens estarão no novo zoológico do Rio.
A prefeitura quer passar a operação do Rio Zoo ao setor privado e lançou um edital cujo vencedor será conhecido no próximo dia 25. Nele, há até o plano de colocar frequentadores protegidos por uma espécie de gaiola dentro do lago dos jacarés.
De acordo com a licitação, a ideia é mesclar no zoo atrações interativas, entretenimento e mostra biológica. O local está fechado ao público desde 14 de janeiro por determinação do Ibama, que constatou diversas irregularidades durante inspeção. Entre elas estavam alta densidade populacional nas jaulas, espaços de tamanho inferior ao que a legislação exige e ausência de áreas de abrigo e refúgio.
| Tomaz Silva-13.jan.2016/Agência Brasil | ||
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| Público visita animais no zoológico do Rio antes do fechamento |
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), se desculpou com a população carioca pelo fechamento. Segundo ele, porém, não fazia sentido investir no zoológico porque a prefeitura já pretendia fazer a concessão do espaço.
Inaugurado por Getúlio Vargas há 70 anos, o Rio Zoo precisa de reformas estruturais e conceituais, dizem especialistas em veterinária e direitos dos animais. "Zoológico não é parque de diversões. A proposta de reforma indica alguns avanços, mas há muita coisa que nos assusta. Um zoológico bom é um onde os bichos nem percebem que estamos lá", diz Elizabeth Mac Gregor, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal.
Entre as propostas polêmicas está a construção de uma tirolesa de 15 metros de altura e 60 de comprimento que passará por cima do recinto dos jacarés e dos ursos. "Bichos são muito sensíveis a barulho. Agito em excesso causa estresse aos animais. Imagine a criançada passando aos berros em cima deles", diz Carlos Alexandre Matias, professor de medicina veterinária da Universidade Federal Rural do Rio.
PÚBLICO NA JAULA
Zoológicos considerados mais benevolentes por especialistas em direitos dos animais seguem o critério de enclausurar o visitante, e não o animal. A prefeitura quer colocar o Rio Zoo nesse mapa.
A ideia é ampliar os ambientes onde os bichos circulam e restringir o espaço do visitante. Na área de felinos e caninos, por exemplo, o público observará os animais de dentro de um túnel de vidro.
O edital também prevê que grades sejam substituídas por vidro. "Isso é bom porque protege o animal do barulho", diz Mac Gregor.
Procurado pela Folha, o Ibama disse que só se manifestará quando o projeto final for apresentado.
O vencedor da concessão, que tem prazo de 35 anos, deverá investir R$ 66 milhões nos primeiros 24 meses. Com isso, o preço do ingresso deve subir -até o fechamento, custava R$ 10. O edital autoriza a empresa vencedora a cobrar até R$ 15 no primeiro ano e até R$ 35 após a conclusão das obras.
Em 2015, 1,2 milhão de pessoas visitaram o Rio Zoo. O projeto do edital foi elaborado pela Cataratas do Iguaçu S.A, que poderá concorrer. A empresa administra o parque das cataratas do Iguaçu, no Paraná, e também cuidará do AquaRio, previsto para ser inaugurado neste semestre na zona portuária do Rio.
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AS PROPOSTAS PARA O ZOO DO RIO
Tirolesa sobre os bichos Estrutura de 15 m de altura 60 m de comprimento passará sobre o viveiro dos jacarés e a jaula dos ursos
Mergulho com jacarés Visitante poderá mergulhar no lago com jacarés, protegido por uma gaiola
Aventura no rio Circuito aquático de 250 m percorrerá uma parte do zoo. Num passeio de cerca de dez minutos, o visitante passará por dentro alguns ambientes, como a savana, onde ficam girafas, hipopótamos e elefantes
Aventura selvagem O percurso no ambiente que reproduz savana também poderá ser feito por uma passarela envidraçada
Arvorismo Uma passarela construída entre as árvores permite que o visitante veja os pássaros de perto. Eles estarão separados por uma tela
Fonte: Prefeitura do Rio